“Lapso” na agenda de César incomoda Pescas

A Federação das Pescas dos Açores (FPA) estranha o facto de não ter integrado a lista dos parceiros sociais e partidos ouvidos pelo presidente do Governo, tendo em vista a preparação do Plano de Investimentos para 2009 e das Opções a Médio Prazo.

Até ontem à tarde, a FPA não tinha recebido nenhum convite da Presidência no sentido de ser auscultada sobre as grandes Opções do Plano. Isto quando a ronda de audiências com Carlos César começou na passada sexta-feira e se prolongou durante o dia de ontem, envolvendo representantes dos partidos (PS, PSD, CDS-PP, BE, PCP e PPM), das intersindicais CGTP/IN e UGT, e ainda Câmara do Comércio e Indústria dos Açores e Federação Agrícola.

A FPA costuma marcar presença e dar o seu contributo neste tipo de reuniões e, talvez por isso, a sua ausência no Palácio de Sant’Ana não tenha passado despercebida, sobretudo sexta-feira, altura em que a agricultura transmitiu os seus pontos de vista. “Admiramo-nos e só podemos aceitar isso como uma falha ou esquecimento da Administração”, disse o responsável pela estrutura que defende os interesses da pesca. Mas, mesmo tratando-se de um “lapso” de agenda, motivado por “esquecimento”, Liberato Fernandes considera, ainda assim, que o episódio não deixa de ter uma carga negativa. “Penso que não faz sentido que um sector com a importância económica e social nos Açores como as pescas possa ser motivo de um esquecimento”. Até porque a Federação das Pescas dos Açores tem assento na Concertação Social e “no Conselho Consultivo Regional como parceiro, e até agora tem sido convocada sempre para todas as audiências”.

No passado fim-de-semana, os membros da direcção da FPA estiveram juntos e comentaram o assunto. “Achámos que seguramente seria resultado de um lapso e ficámos a aguardar até hoje a convocação para, no caso de não haver, naturalmente reclamarmos por esse facto”.

Em face da situação, Liberato Fernandes não chega ao ponto de dizer que o sector das pescas ficou marginalizado. Todavia, o que acabou por sobressair, “contrariamente ao que deveria acontecer”, é que há actividades “mais presentes” para o Executivo do que outras. “Queremos saber o que se passa de quem tem a responsabilidade de convocar este tipo de reuniões. Achamos que é mau, um erro, mas não podemos adiantar mais nada”, salientou ao AO online.

Liberato Fernandes mais estranha a não auscultação da FPA até ao momento, porque as pescas já estavam representadas na concertação social ainda antes de ter sido criada a federação do sector. Na verdade, “não exprimir o nosso ponto de vista relativamente ao Plano é algo que não aceitamos. Se o Governo o fez intencionalmente, penso que todas as associações da pesca integradas na federação se vão sentir marginalizadas com essa opção…”

Carlos César reage: “há mais reuniões para fazer”

O presidente do Governo desdramatizou as críticas relacionadas com ausência nesta primeira ronda de contactos. Carlos César disse que numa primeira fase, que é de organização de ideias e opções, entendeu-se proceder à audição de entidades mais abrangentes ao nível económico e social. Mas “isso não dispensa a audição dessas e de outras organizações. Evidentemente que sectores como o turismo, agricultura e pescas, são de grande interesse estratégico”, referiu, anunciando a realização de uma fase seguinte, de concertação estratégica, em que reunirá com mais parceiros. “Temos ainda um percurso para fazer até ao fim de Março, altura em que concretizaremos a aprovação no parlamento do Plano e Orçamento, em que temos muitos parceiros sociais para conversar”, ressalvou.

 

 

in AOriental / Paulo Faustino

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