A Comissão da Saúde da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo reuniu para analisar a Proposta de Reestruturação do Serviço Regional de Saúde, proposta essa que entende “pôr em causa a capacidade legislativa da Região Autónoma dos Açores na área da saúde, porque se limita a copiar esquemas de funcionamento do todo nacional sem a necessária adequação à particularidade geográfica dos Açores”.
Ainda sem uma avaliação mais pormenorizada e técnica, que será providenciada em breve, a Comissão considera que a proposta em causa “aplica rácios que não faz sentido serem aplicados a uma região com descontinuidade territorial, constitui-se como um mero exercício de aplicação de rácios, e esquece que em pequenos países, como em outras regiões insulares do globo, os rácios não são considerados fatores determinantes”, defende.
Segundo este organismo, a proposta é utilizada para “indiscriminadamente encerrar serviços e deslocar competências das unidades hospitalares do grupo Central para o Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (H.D.E.S.P.D), numa tentativa clara de centralização dos cuidados diferenciados de saúde nesse hospital, através da criação de um centro hospitalar único, que engloba as unidades existentes, com uma gestão centralizada em Ponta Delgada”.
Por esse motivo a comissão defende que a proposta em si carece de credibilidade quanto aos benefícios para a sustentabilidade do sistema regional de saúde, sendo que a sua execução nos modos atuais “constitui um retrocesso na acessibilidade aos cuidados diferenciados da saúde pelas populações do grupo Central e Ocidental, que têm a legitimidade e o dever de se opor à proposta apresentada”.
Açores24horas
