Filipe Froes, pneumologista e consultor da Direcção-Geral de Saúde, garante que é segura a aplicação da vacina da Gripe A, que vai começar a ser administrada a partir de 26 de Outubro, nas unidades de saúde pública, de forma gratuita.
O especialista em medicina garante a existência “de muitos estudos sobre o perfil de segurança desta vacina, que permitiram às duas principais entidades do mundo na administração de fármacos propor e autorizar a comercialização desta vacina. Não existe nenhuma autorização de vacina, sem estudos de segurança muito rigorosos”, salvaguardou Filipe Froes.
O pneumologista sublinha que os efeitos secundários da aplicação da vacina da gripe A “são semelhantes à aplicação da gripe sazonal, porque são vacinas semelhantes com perfis de segurança do mesmo nível”, deste modo, apenas é esperado o surgimento de “reacções locais de alguma dor ligeira”, que não deverá ser acompanhado por sintomas de febre.
No entanto, salvaguarda, a administração desta vacina poderá causar alergia num grupo restrito de pessoas. “Poderá existir algum reacção à vacina da gripe A ou gripe sazonal, mas sem grande gravidade. Existem algumas contra-indicações para as pessoas com alergia às proteínas do ovo, que em Portugal deverá ser um número a rondar as centenas de pessoas”, reforçou.
Nestas situações de previsível alergia à vacina, a administração será “efectuada em contexto hospitalar e sob observação médica”.
As grávidas e profissionais de saúde são os dois principais grupos prioritários a receber a vacina da Gripe A, conjuntamente com os doentes crónicos e profissionais essenciais ao normal funcionamento da sociedade.
No caso das grávidas a vacinação deverá ocorrer a partir das 12 semanas, porque a grávida vai transmitir, através da placenta, os efeitos do medicamento ao filho.
Após o nascimento, as crianças apenas devem ser vacinadas a partir dos seis meses, porque durante os primeiros meses de vida a vacina “é totalmente ineficaz”.
“Se queremos proteger as crianças, numa altura crítica da sua vida entre os 0 e seis meses, teremos de administrar a vacina à mãe, durante a gravidez, ou protegendo as pessoas que vivem com a criança de adoecer para impedir que essas pessoas transmitam a doença ao recém-nascido”, explicou.
A nível nacional é estimado que sejam vacinadas cerca de 70 mil grávidas. A vacina contra a gripe A poderá ser administrada simultaneamente com a gripe sazonal, no entanto, é sugerido que a vacina seja aplicada em dias alternados para identificar o surgimento de efeitos secundários.
A estimativa das organizações científicas é que a gripe A possa atingir até 30 por cento da população, no fim da primeira onda epidémica, num período de oito a doze semanas de contágio.
in AO
