Espécies sensíveis e raras da Europa precisam de acções urgentes

frederico-cardigosDepois de três dias de trabalhos, terminou a primeira reunião de Peritos da Convenção de Berna sobre Biodiversidade Insular da Europa, que decorreu em Tenerife, nas Canárias.

 

 

 “O balanço é interessante e indicativo de trabalhos continuados e úteis para os diferentes Governos”, segundo o responsável representante do Conselho da Europa, Eladio Fernández-Galiano, acrescentando que “as espécies raras e sensíveis precisam de acções urgentes”.

 

Em declarações no final da reunião, o director regional do Ambiente dos Açores afirmou que “foi relevante a identificação das fraquezas comuns existentes ao nível da gestão da biodiversidade nas Ilhas, mas o passo essencial deste encontro foi a determinação de métodos comuns para a reversão da perda de biodiversidade.”

 

Entre estes factores encontram-se a necessidade de rever os critérios internacionais que conduzem à própria classificação de espécies em perigo ou raras, que não servem para as regiões insulares ou para os organismos invertebrados, de melhorar a eficiência da comunicação com o público em geral e de partilhar as melhores práticas com os diferentes governos e as diferentes equipas operacionais. “Sabe-se como fazer, faz-se bom trabalho, mas, muitas vezes, não são transferidos os novos conhecimento e as novas técnicas para outros territórios”, afirmou Frederico Cardigos.

 

Após a apresentação do trabalho efectuado nos Açores, com palestras do director regional do Ambiente e do investigador da Universidade dos Açores, Paulo Borges, e que incluiu a referência à reorganização das zonas protegidas, à criação da reserva voluntária do Corvo, à educação ambiental e à recuperação da população do priolo, mas sem esquecer a dificuldade do combate às espécies invasoras; a responsável pela IUCN, Kate Brown, afirmou que “é impressionante o trabalho feito nos Açores e indicativo de caminhos a explorar”. A mesma responsável afirmou que “mesmo os casos de insucesso devem ser partilhados para que se evite a repetição de erros.”

 

Entre as informações partilhadas e que poderão ser utilizadas nos Açores, o director regional do Ambiente referiu-se concretamente a novas oportunidades de financiamento de actividades e à definição de metodologias para o aviso rápido em caso de invasão potencial. “É curioso que há programas informáticos a serem desenvolvidos por equipas científicas e que permitem, por exemplo, que qualquer pessoa faça a identificação de organismos até ao nível da subespécie. Desta forma, quem observar uma espécie exótica poderá, no seu computador, fazer a sua identificação e referi-la de imediato para potencial erradicação”, afirmou Frederico Cardigos. Ao mesmo nível, estão a ser desenvolvidos modelos computorizados que permitem prever a expansão das espécies invasoras com base nas alterações climáticas.

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