150 mil quilómetros quadrados de novas áreas marinhas protegidas nos Açores são exemplo da liderança e da ambição da Região nesta área

O Governo dos Açores assinou hoje um Memorando de Entendimento com as Fundações Oceano Azul e Waitt que prevê várias medidas de preservação e gestão sustentável do Mar, uma parceria que Vasco Cordeiro garantiu ser mais um exemplo da liderança e da ambição da Região nesta área.

“Este é um assunto de importância vital para a Região Autónoma dos Açores e três ideias constituem a nossa motivação neste projeto: liderança, ambição e futuro”, assegurou o Presidente do Governo, que falava na cerimónia que formalizou esta parceria internacional e que decorreu no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial.

Entre outras medidas, o Memorando de Entendimento prevê a implementação de novas áreas marinhas protegidas, abrangendo 15% da Zona Económica Exclusiva dos Açores, o que representa uma área de cerca de 150 mil quilómetros quadrados, a atualização e implementação dos planos de gestão destas áreas, o desenvolvimento de abordagens inovadoras que contribuam para uma gestão sustentável das pescas, a conciliação dos vários usos do Mar e a implementação de um programa de literacia azul, abrangendo, em especial, os mais jovens.

Segundo disse, os Açores assumem uma posição de liderança, não só relativamente à sua localização geográfica, mas também ao nível da dimensão do seu Mar, cerca de um milhão de quilómetros quadrados, que representa uma área equivalente ao território da Alemanha e da França em conjunto.

“Liderança também naquilo que a nossa Autonomia Político-Administrativa, desde 1976, permitiu que os Açores alcançassem, sendo pioneiros num conjunto de áreas, com uma preocupação muito presente com a conservação e a gestão sustentável de recursos”, sublinhou o Presidente do Governo, ao destacar a “relação genética e umbilical que há entre os Açorianos e o Mar”.

Vasco Cordeiro salientou que, ao longo destes mais de 40 anos, os Açores têm sido pioneiros na criação de áreas marinhas protegidas, um trabalho que continua a decorrer, assim como num conjunto de medidas de restrição de determinadas artes de pesca, apoiadas e alicerçadas, em grande medida, na investigação desenvolvida pela Universidade dos Açores.

“Uma liderança que não é vista de forma exclusiva ou por oposição. Nós acreditamos que, com esta liderança dos Açores, estamos também a contribuir para a liderança do nosso país nestas áreas”, preconizou Vasco Cordeiro.

Na sua intervenção, o Presidente do Governo sublinhou, por outro lado, a ambição do Executivo nesta área, alegando o inconformismo em relação àquilo que já foi possível aos Açores alcançarem na gestão sustentável do Mar.

“Este é um ponto de partida. Estamos inconformados com aquilo que já alcançamos e achamos que é possível fazer mais e melhor, alicerçados na perspetiva da importância destas áreas, mas também pelo facto do trabalho que já fizemos abrir novos horizontes”, caso da parceria agora firmada com as duas fundações, disse.

“Estamos comprometidos com este projecto ‘Blue Azores’, que, do ponto de vista do Governo dos Açores, constitui uma aposta estratégica para o nosso futuro”, assegurou Vasco Cordeiro, para quem é preciso, também, ter a humildade de reconhecer que, neste processo, “muitos serão os obstáculos”.

Nesta cerimónia, o Presidente do Governo defendeu, por outro lado, a necessidade de transpor o interesse coletivo plasmado neste Memorando de Entendimento para o interesse individual de cada um daqueles vivem do mar na Região.

“É preciso que o pescador, que não está aqui nesta sala, perceba que o que aqui estivemos a fazer vai resultar num benefício para a sua vida”, sublinhou Vasco Cordeiro.

“Se formos capazes, seja através da educação, seja através da criação de medidas que demonstrem essa vantagem para o interesse coletivo, mas também para o interesse daqueles que, do mar, fazem a sua vida, temos condições para que esta aposta e este projeto se prolongue no tempo”, referiu o Presidente do Governo, que manifestou confiança na capacidade dos diversos parceiros do setor em assumirem que este é o caminho.

“Em boa verdade, já o têm o feito. Já tem sido possível construir nos Açores, sem a imposição da lei, com base na vontade dos nossos pescadores, áreas de proteção, o que constitui uma garantia de que a utilidade, a importância e o sentido estratégico dessa abordagem tem condições para perdurar no futuro”, concluiu Vasco Cordeiro.

José Soares dos Santos, Presidente da Fundação Oceano Azul, acredita «Que os Açores possam ser um exemplo à escala mundial, onde o capital natural é protegido, valorizado e promovido, com o envolvimento, em primeira linha, dos seus maiores interessados: A comunidade Açoriana.” De acordo com o Presidente da Fundação “O mundo convoca-nos, cada vez mais, para ações conjuntas, esforços concertados. O Programa Blue Azoressó depende da vontade das partes que a querem cumprir.”

“A visão e a liderança do Governo Regional dos Açores são a razão pela qual estamos hoje aqui. Neste caminho para a Prosperidade Azul, os Açores poderão vir a ser os líderes na conservação do oceano e na promoção da economia azul.  Esta parceria irá acelerar os esforços para se alcançar, nos Açores, uma prosperidade a longo-termo para a população, ao mesmo tempo que se protege os recursos marinhos que fazem deste lugar único”, referiu ainda Ted Waitt, Presidente da Waitt Foundation e do Waitt Institute.

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