Mais de cinco centenas de convidados assistiram hoje em silêncio à entrada da urna de Mário Soares nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos, onde decorreu a sessão solene evocativa de homenagem ao antigo Presidente da República.
Faltavam poucos minutos para as 13:00 quando o caixão carregado a ombro por seis militares entrou nos claustros.
Com visível dificuldade, os militares subiram para o ‘palco’ instalado no centro dos claustros e aí colocaram a urna, coberta com a bandeira nacional.
Depois de se ouvir o hino nacional, João Soares, filho do antigo Presidente da República, fez a primeira intervenção da cerimónia.
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
O corpo do antigo Presidente da República esteve em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos entre as 13:10 de segunda-feira e as 11:00 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.
O funeral realiza-se na hoje, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
Lusa