O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) precisa de contratar 200 novos inspetores, pelas contas do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF) do SEF, que terminou hoje o seu XV congresso, em Oeiras.
“O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras necessita, com a máxima urgência, de cerca de duas centenas de novos inspetores. Durante dez anos não se registou uma única admissão”, frisou, em comunicado de imprensa, o presidente do SCIF, Acácio Pereira.
O sindicalista criticou a atitude do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, por ter dito, em declarações à Lusa, que “não há falta de inspetores” no SEF e que os serviços “estão a funcionar como deve ser”.
Acácio Pereira considerou também que Miguel Macedo fez um “número mediático” ao anunciar na comunicação social um acréscimo de 45 ou 46 inspetores, a partir do próximo ano.
O sindicalista acusou o ministro de “desprezar completamente o esforço de todos os inspetores ao longo dos últimos anos, sobretudo daqueles que trabalham nas áreas mais críticas, para colmatar as lacunas” e de mostrar “ligeireza” em relação ao serviço. “Um ministro que, neste momento, diz não existirem problemas de falta de Inspetores no SEF perdeu o contacto com a realidade”, frisou.
Nesse sentido, Acácio Pereira anunciou que o SCIF-SEF “tomará todas as ações de luta sindical que visem resolver estes problemas”, confirmando a adesão do sindicato às “ações de luta concertada das associações e sindicatos representativos das forças de segurança, nomeadamente as previstas para a próxima semana”.
O presidente do SCIF destacou o “espírito de missão” dos inspetores do SEF, alegando que colmatam as lacunas existentes com “esforço pessoal”, tendo em conta as dificuldades económicas e financeiras do país, e que sugeriram ao Governo que “aproveitasse o quadro de disponibilidade da Função Pública para, sem custos acrescidos para os cofres do Estado, colmatar as lacunas gritantes existentes no SEF”.
Acácio Pereira salientou também que a criminalidade aumentou e se sofisticou nos últimos 10 anos, para além de se viver hoje “uma intensidade de trânsito de pessoas em Portugal sem paralelo em nenhum outro momento da história”.