O Deputado do CDS-PP Açores Luís Silveira acusou, esta terça-feira, o Governo Regional e o PS de darem “prioridade na ilha de São Jorge à resolução de problemas partidários em detrimento dos interesses gerais da ilha e das suas populações”.
Em conferência de imprensa, acerca das obras de construção do heliporto da Calheta e de ampliação da pista do Aeroporto da ilha, o parlamentar popular caracterizou ainda de “escandalosa” a postura “seguidista dos Deputados do PS eleitos por São Jorge que não se pronunciam, dando assim motivo a que pensemos que dão cobertura a este tipo de situação”.
Luís Silveira considera que a ampliação da pista do Aeroporto “é urgente”, tendo em conta que este é um dos Aeroportos da Região com maiores dificuldades de operacionalidade, enquanto a construção de um heliporto no concelho da Calheta, para facilitar as evacuações aéreas em caso de emergência, é “uma promessa socialista”.
O centrista frisa que “tal infra-estrutura virá melhorar o processo de evacuações, mas pesando as prioridades, para o CDS-PP a ampliação do aeroporto tem maior importância”.
O Deputado e dirigente democrata-cristão recorda que “o Governo Regional, em véspera das últimas eleições Regionais, adjudicou a obra de ampliação da pista do aeroporto, mas nunca deu início às obras e só a semana passada enviou as propostas aos proprietários dos terrenos, moradias e empresas que terão de ser ocupados para se concretizar a empreitada”.
Entretanto, denunciou, “porque se aproximam outras eleições, particularmente as autárquicas, o Governo do PS adquiriu um terreno privado para a construção do heliporto da Calheta.
Curiosamente, prosseguiu, “o proprietário do terreno de 36 mil metros quadrados, que foi comprado por 275 mil Euros, ou seja, 7,56 euros por metro quadrado, é um antigo Presidente de Junta de Freguesia do PSD que, sexta-feira passada, foi anunciado como candidato a Presidente de Junta de Freguesia, mas agora integrando as listas do PS”.
Tudo isto é mais escandaloso ainda, segundo Silveira, porque “o terreno agora adquirido fazia parte da Reserva Ecológica e foi expropriado, para existir a possibilidade de argumentar de que estava avaliado por mais dinheiro”, para além de que “em 2004, em notícias e no próprio Comunicado do Conselho de Governo, de 29 de Abril, o Governo Regional do PS afirmava que o heliporto iria ser construído num terreno cedido pela autarquia”.
Afinal, questiona, “o que é que se passou para que se tivesse gasto 275 mil Euros, só no terreno?”.
Ora, nas Velas, as obras de ampliação do Aeroporto de São Jorge “não atam, nem desatam”, diz o popular, acrescentando que “estão prometidas há anos, foram adjudicadas há 10 meses, mas continua a não haver pressa”.
“Ao contrário da exorbitância que foi paga pelos terrenos do heliporto, para a aquisição/expropriação dos terrenos para o aeroporto, o Governo Regional está oferecendo aos jorgenses que vivem, trabalham e tem os seus terrenos na envolvência da pista uma ‘pechincha’ (uma média de 3,5/4 Euros por metro quadrado)”, denunciou.
Luís Silveira lembra ainda que a zona do aeroporto é a chamada “zona nobre” do Concelho e da Ilha, ou seja, “uma das zonas mais inflacionadas em termos imobiliários de São Jorge”.
Acresce a tudo isto que, “10 meses depois da adjudicação, ainda existem proprietários de moradias recém-construídas que não sabem qual será o seu futuro, porque o projecto inicial da obra previa a demolição das mesmas para efeitos de perímetro de segurança, mas agora espera-se por um parecer técnico do INAC (Instituto Nacional de Aviação Civil)”.
Em conclusão, afirma Luís Silveira, “o Governo e o Partido Socialista dão prioridade na ilha de São Jorge à resolução de problemas partidários em detrimento dos interesses gerais da ilha e das suas populações. Os Jorgenses merecem mais respeito por parte do PS”.