Agricultura nos Açores, que Futuro?

agriculturaquefuturoO BE/Açores organizou na última sexta-feira um encontro onde se debateu a política agrícola nos Açores, focando principalmente aspectos relativos à lavoura bem como ao novo quadro comunitário de apoio e o fim das quotas leiteiras.

 

Das intervenções do encontro, resultaram muitas dúvidas sobre como os apoios comunitários são atribuídos bem como da política que está por detrás da gestão desses subsídios.

 
A “política dos subsídios” foi severamente criticada por, de uma maneira geral, “servir apenas para aquisição de tractores e outras máquinas, por detrás do argumento de modernização, por suportar a compra de vacas de alto rendimento para a produção de muito leite mas que cuja alimentação obriga à compra de ração”.

 

 

“Isto quer dizer, que os produtores de leite que optam por esta linha de investimentos tornam-se subsídio-dependentes, isto é, os custos de produção são elevados  e a produção de leite sem apoio levaria as suas explorações à falência. Por detrás desta gestão desastrosa estão os interesses de quem vende os concentrados aos agricultores e que lucram à custa dos apoios comunitários”, defenderam os oradores do debate.

“Uma política que valoriza as características endógenas da Região, permitem uma agricultura que aumenta os rendimentos dos agricultores, libertando-os do subsídio”,garantem, e reafirmam que “o papel da extensão rural é essencial. Partilhando com os agricultores o conhecimento, e discutindo com eles medidas que possam conduzir a uma produção de maior qualidade e com menores gastos, poder-se-á inverter a tendência que se vem acentuando no sector, de uma dependência crescente dos subsídios”.

 

“Não se pode deixar de realizar uma reflexão profunda sobre as políticas agrícolas na Região Autónoma dos Açores com o aproximar do fim das quotas. Os 20 milhões de Euros, que correspondem a 5 milhões de euros por ano, nos próximos 4 anos, têm de ser investidos no contexto dessa nova política agrícola que aposte na sustentabilidade do sector, rejeitando a política do subsídio-dependência que tem vindo a generalizar-se e a agravar-se na Região”, concluem.

 

Alfredo Borba(Dir.Dep.de Ciência Agrárias da UAç), Anabela Gomes( docente do Dep.de Ciência Agrárias da UAç) e Virgilio Oliveira ( Pres.Assoc. Jovens Agricultores Micaelenses) foram os oradores convidados.

 

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