O Presidente da Câmara Municipal, José Manuel Bolieiro, anunciou, esta quinta-feira à noite, que o Encontro Internacional de Poesia de Ponta Delgada, cuja primeira edição está a decorrer no Centro Natália Correia, na Fajã de Baixo até amanhã, 14 de outubro, vai passar a ser bienal. Ou seja, a segunda edição será realizada em outubro de 2019, sublinhando que é “assim que se faz a perenidade da história, garantindo uma concretização, que não se esgota num evento”, anunciando que vai juntar à bienal da poesia uma bienal artística, afirmando “cada vez mais Ponta Delgada, como destino turístico, mas, sobretudo, um espaço de inspiração e de encontro mundial da sensibilidade e do talento”.
José Manuel Bolieiro falava na sessão de abertura do referido encontro, iniciativa da Autarquia, que reúne mais de meia centena de poetas dos Açores, Madeira, Canárias, Cabo Verde e Itália, saudou o poeta João Carlos Abreu, coordenador internacional do evento, e afirmou ser este “a alma desta ideia e desta concretização”.
“Quando as pessoas de boa vontade se encontram e fazem da espiritualidade o fazer bem, o bem fazer, é sempre possível criar algo que possa fazer rotura com inércia das coisas. Deixo um abraço de gratidão a João Carlos Abreu por me ter despertado para estratégia de valorização de Ponta Delgada enquanto ponto de encontro de cultura e de talentos” – sustentou, deixando uma “palavra de reconhecimento e gratidão”.
Ainda sobre o comissário internacional do encontro, afirmou que João Carlos Abreu permitiu já, e vai continuar a permitir, que “possamos ter mente aberta para receber o mundo em Ponta Delgada e para tornar os Açores universais, cada vez mais, em tudo o que é humanamente alcançável”.
Ainda na sessão de abertura do “encontro de poetas, na Cidade dos Poetas”, o Presidente da Câmara dirigiu, também, “uma palavra de reconhecimento e gratidão” ao coordenador regional José Andrade, “pela pronta disponibilidade para trabalhar comigo e com João Carlos Abreu na concretização do Encontro Internacional de Poesia de Ponta Delgada.
José Manuel Boleiro adiantou ainda que as conclusões dos trabalhos vão ser publicadas em livro, para que “funcione como o registo para memória futura deste encontro de sensibilidades, de saber, de talento, de literatura e de poesia”.
Paralelamente aos debates temáticos, e além da exposição de pintura que se encontra patente na Academia das Artes, o encontro engloba o lançamento de laçados quatro, uma gala de poesia, uma tertúlia poética e um encontro com estudantes.
Subordinado ao tema “A Condição de Ilhéu”, esta iniciativa da Câmara de Ponta Delgada tem como grande objetivo afirmar Ponta Delgada como “A Cidade dos Poetas”.
A Exposição de Pintura da Macaronésia, acima mencionada, reúne obras de Álvaro França, Anabela Rocha, Dina Pimenta, Estela Nunes, Isabel Natal, Liliana Lopes, Margarida Andrade, Michael Hudec, Nini Andrade, Urbano e Victor Teixeira, tendo como comissário o pintor Armando Moreira.
O primeiro painel do Encontro Internacional de Poesia, abordou “A poesia como leitura do mundo e a insularidade na poesia” e “A poesia no contexto da literatura nas ilhas e no mundo”. As comunicações estiveram a cargo dos poetas Carlos Bessa (Terceira), Giuseppe Conte (Itália), Irene Lucília Andrade (Madeira), José Carlos Catano (Canárias), José Luiz Tavares (Cabo Verde) e Nuno Costa Santos (Lisboa), seguindo-se debate com a assistência.
A sessão desta sexta feira – “Os poetas ao encontro dos estudantes” – teve lugar na Biblioteca da Escola Secundária Antero de Quental, onde também de debateu “O lugar da poesia hoje no ensino” e “Como cultivar a sensibilidade poética das novas gerações”, que contou com breves comunicações dos poetas Adelaide Ramos Vilela (Canadá), António Crespo Massieu (Canárias), Eduíno de Jesus (Lisboa), João Carlos Abreu (Madeira) e Paula de Sousa Lima (S. Miguel), encerrando o dia uma Tertúlia Poética aberta à participação de todos os interessados, para leitura partilhada de poemas originais,no espaço bar da Casa Hintze Ribeiro.
Esta sexta-feira foram ainda lançados os novos livros de Nuno Costa Santos, “A Mais Absurda das Religiões” (Escritório Editora), e de Daniel Gonçalves, “Papéis Secundários” (Edição de Autor).
Já este sábado será lançado o livro “Correspondência”, de Paula de Sousa Lima e Leonardo Sousa, editado pela Letras Lavadas e apresentado por Leonor Sampaio Silva, e terá lugar o terceiro painel tem início às 18h00 para refletir e debater “A edição da poesia no panorama editorial atual” e “O livro de poesia impresso e os novos suportes tecnológicos”.
Álamo Oliveira (Terceira), Aquiles García Brito (Canárias), Carlos Alberto Machado (Pico) e Vamberto Freitas (S. Miguel) são os oradores já inscritos para as comunicações iniciais deste último painel.
O encontro encerra com uma “Gala de Poesia” de livre acesso à população em geral, que decorre pelas 22h00 no Museu Militar dos Açores, instalado no Forte de S. Brás.
Serão aqui apresentados poemas da Macaronésia pelos grupos locais “Palavras Sentidas” da Academia Sénior da Universidade dos Açores, Academia das Expressões e “O Coletivo”, bem como apontamentos musicais interpretados pelo Quinteto de Sopros da Banda Militar dos Açores.