Os deputados do PSD/Açores no parlamento açoriano voltam a recomendar ao Governo regional a abertura das salas de pequena cirurgia nos centros de saúde de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, em São Miguel, ilha onde estão concentrados quase 80% do total de utentes inscritos para cirurgia nos Açores.
Segundo Luís Maurício, o projeto de resolução entregue hoje no parlamento, através do qual os social-democratas recomendam ao Governo a abertura destas duas salas de pequenas cirurgias até seis meses após a aprovação da iniciativa, deve-se ao número crescente de inscritos para este tipo de cirurgia.
“Em dezembro de 2017, esperavam por uma pequena cirurgia 1287 utentes; em janeiro,1295; em fevereiro,1316. Há uma evolução crescente”, indica o deputado e porta-voz do PSD/Açores para a Saúde, frisando que o Governo não publicou na internet, como está obrigado, os dados de março, abril e maio últimos.
Ainda assim, regista o parlamentar, o presidente do Conselho de Administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) revelou, em entrevista publicada a 11 de junho ao jornal ‘Açoriano Oriental’, que em maio aguardavam por uma pequena cirurgia naquele hospital 1600 utentes do Serviço Regional de Saúde.
Luís Maurício considerou preocupante essa evolução e denunciou um outro problema que está associado à concentração no HDES das pequenas cirurgias que, até dezembro de 2012, eram realizadas nas duas salas para o efeito nos centros de saúde de Ponta Delgada e da Ribeira Grande: o tempo de espera.
“No modelo anterior, um utente que precisava de tirar um pequeno quisto esperava 15 dias, o que é aceitável. Hoje, após o encerramento das duas salas, esse mesmo utente que precisa de uma intervenção fácil e que pode e deve ser rápida, para minimizar o sofrimento, vai ter de esperar muitas das vezes mais de três meses, além do tempo de espera por uma consulta de cirurgia para pré-avaliação”, explicou, afirmando que o investimento inicial para a reabertura das duas salas será na ordem dos 200.00 euros (100.000 euros para dotar cada centro de saúde de equipamentos e material), prevendo que o custo anual de funcionamento das salas não ultrapassará os 25 a 30 mil euros.
Luís Maurício lembrou que o PSD/Açores defende a prestação de cuidados de saúde de proximidade, sem descurar a qualidade da prestação desses cuidados.
“Não aceitamos que um cidadão dos Fenais da Ajuda, no concelho da Ribeira Grande, por exemplo, tenha necessidade de perder uma manhã de trabalho para se deslocar ao Hospital de Ponta Delgada para efetuar uma tarefa tão simples como uma extração de um quisto ou fazer uma biopsia da pele”, assegurou.
O deputado clarificou ainda que a “preocupação dos deputados do PSD/Açores com essa questão não é de agora” e lembrou que, aquando da discussão do Plano e Orçamento da Região para 2018, o maior partido da oposição propôs uma verba de 200 mil para a reabertura destas duas salas, proposta essa que acabou rejeitada pela maioria socialista que suporta o Governo regional.