O Presidente do Governo atribuiu hoje, na sessão evocativa do Dia dos Açores, os resultados obtidos nos últimos meses no combate à pandemia de COVID-19 à forma como os açorianos responderam a este desafio, que evidenciou também a importância da Autonomia Regional para responder a essa crise.
“Apesar de não estarmos ainda completamente fora desta tormenta, há já algumas evidências que ressaltam desta refrega que as circunstâncias nos impuseram. A primeira refere-se aos resultados que alcançámos nesta primeira batalha e ao vencedor que dela, claramente, emerge. Refiro-me, sem margem para qualquer dúvida e, permitam-me, com muito orgulho, porque dele também sou parte, ao Povo Açoriano”, afirmou Vasco Cordeiro.
Numa intervenção feita a partir do Palácio de Santana, em Ponta Delgada, o Presidente do Governo salientou que a situação favorável da pandemia na Região deve-se, “clara e inequivocamente, à forma como o Povo Açoriano cumpriu e entendeu, quer as medidas, em alguns casos, duras, que tiveram de ser determinadas, quer as razões em que as mesmas se fundamentaram”.
“Considero, por isso, ser de realçar e enaltecer a mobilização e a união evidenciadas face a um combate no qual, o essencial foi, é e continuará a ser, não só a consciência de cada um quanto ao que deve fazer para proteger a saúde de todos, mas, sobretudo, a prática quotidiana desses cuidados e dessas recomendações”, sublinhou.
Na sessão evocativa do Dia dos Açores, que decorreu repartida pelas cidades da Horta, Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, Vasco Cordeiro considerou que outra das evidências que já se pode constatar destes últimos meses tem a ver com a importância da Autonomia Regional.
“Autonomia que constitui, desde logo, a condição e o instrumento que concretizam o Serviço Regional de Saúde (SRS), o qual, testado nas duras circunstâncias que vivemos, demonstrou estar à altura do desafio que nos surgiu”, sublinhou o Presidente do Governo, para quem o SRS demonstrou, ao longo dos últimos meses, estar à “altura desse desafio no que respeita à sua capacidade de adaptação e adequação para uma emergência pandémica”, afirmou Vasco Cordeiro, que se manifestou convicto que saberá também responder a “todos aqueles que, entretanto, se viram impossibilitados de aceder aos cuidados de saúde que, em circunstâncias normais, teriam”.
“Hoje, como no passado, o meu entendimento é que esse fruto da nossa Autonomia constitui um justificado motivo de orgulho para todos os Açorianos. Afirmá-lo desta forma não significa não reconhecer os aspetos em que o mesmo pode e deve ser melhorado, pode e deve ser aperfeiçoado”, disse.
No contexto da pandemia da COVID-19, a Educação foi outras das áreas que Vasco Cordeiro destacou na sua intervenção, ao salientar que, “em tempo recorde, professores, pessoal não docente, alunos e famílias, tiveram de adaptar-se a novas exigências, a novas metodologias e a novos instrumentos”.
“A todos aqueles que integram a comunidade educativa dos Açores, não pode também deixar de ser dirigida uma palavra, consciente e sentida, de reconhecimento pelo seu empenho, pelo seu esforço e pela sua dedicação para se adaptarem a uma nova situação.
“A resposta das escolas açorianas nesta situação de pandemia, bem como de todos aqueles que com elas interagem, é notável e constitui um exemplo de perseverança, de comprometimento coletivo e de superação”, considerou.
Na sua intervenção, o Presidente do Governo, ainda no âmbito da Autonomia, fez questão de registar a forma como o Parlamento, bem como todos os partidos políticos, atuaram neste período de pandemia, recordando que a Assembleia Legislativa “não parou na sua função primeira de representação de todos os Açorianos, e não parou, também, na sua função de fiscalização da atividade do Executivo”.
“Todos e cada um dos partidos políticos, sem subordinação de espécie alguma, atuaram com a evidente consciência do momento extraordinário que enfrentamos, sem deixar de propor ou apreciar criticamente, mas, simplesmente unidos, no objetivo, que creio comum e genuíno, de ultrapassarmos o melhor possível, como Povo e como Região, este exigente desafio”, disse.
Vasco Cordeiro referiu-se, por outro lado, àquilo que “alguns consideram ser as limitações ou incongruências, também durante o estado de emergência, dos instrumentos da Autonomia para agir e lidar face a uma situação como aquela que temos vindo a viver e com os desafios que a mesma encerra”.
“Esse debate, como qualquer debate, deve ser esclarecedor e motivador de melhorias e de aperfeiçoamentos. Mas mesmo esse debate, por muito que o devamos encetar – e eu considero que ele não pode deixar de acontecer – não deve esquecer, no seu tempo e nos seus modos, que não é no meio da batalha que se discutem as armas que temos”, defendeu.
“No meio da batalha, combate-se. De mãos nuas, se necessário for. Da parte do Governo dos Açores, para o passado, para o presente e para o futuro, a orientação é clara: a cada momento, fazer o melhor, no que é necessário fazer, onde se está e com o que se tem”, assegurou.
Sobre as comemorações que decorreram esta segunda-feira, o Presidente do Governo afirmou que o atual contexto condiciona e limita, mas não impede, “bem pelo contrário, nos impele ainda mais, a celebrar o nosso Povo, a nossa Região”.
“Não o fazemos ignorando, ou, sequer, descurando, os sacrifícios de muitos. Não o fazemos ignorando os que nos deixaram neste tempo, mesmo que não por causa deste tempo. Não o fazemos ignorando a dor dos que os viram partir, sem se poder despedir, sem os poder abraçar ou sem os poder beijar uma última vez, como desejariam”.
“Evocamos o Dia dos Açores com a consciência dos sacrifícios de tantos e tantos que veem a normalidade das suas vidas perturbada, dos que veem a segurança do seu rendimento ou da sua estabilidade profissional ameaçados, ou os seus projetos, quantas vezes, fruto do labor de uma vida inteira, postos em causa”, referiu.
“Evocamos este Dia dos Açores com a consciência bem presente dos sacrifícios que fizeram, e ainda alguns fazem, os que queriam regressar para junto das suas famílias e não puderam, e dos que se viram, repentinamente, impedidos de partir e tiveram de ficar. Evocamos os Açores bem conscientes do combate em que ainda estamos embrenhados, – sim, porque esse combate ainda não terminou! -, ou das duras batalhas que nos esperam já mais à frente”, concluiu Vasco Cordeiro.