À conversa com: Luís Quintino, dono do Xcape

quintinoLuis Quintino é o dono do Xcape, o vencedor do Campeonato de Ilha do Faial de Vela de Cruzeiro.
O seu gosto pela vela de cruzeiro surgiu na Horta, quando veio para cá trabalhar.

 “Nunca tinha andado à vela, mas gosto muito de mar, tanto que vim para os Açores por causa disso mesmo. O meu primeiro barco foi o “Lucky. Depois disso tive, durante três anos, o “Stream”. Neste barco ganhámos, em 1997, a Atlantis Cup e muitas regatas que se realizaram cá no Faial.”

 
Posteriormente adquiriu o Xcape e formou a sua equipa, “a minha equipa foi sempre baseada em pessoas que saíam da escola de vela do Clube Naval da Horta e que me ensinou muito mais do que eu sabia. A equipa tem evoluído, entrando pessoas novas e saindo outras, e hoje tenho uma equipa de gente simpática, nova e com gente despretensiosa.”
“No mar fazemos as coisas porque gostamos muito da vela. Somos todos muito competitivos e o barco nunca pára quieto. Estamos sempre a optimizar o barco, a mudar as velas, enfim…” – frisa.
Sobre o campeonato organizado pelo Clube Naval da Horta, este velejador diz que “o campeonato correu bem ou não tivéssemos nós vencido a prova… não acho que tenha nem o barco melhor nem a melhor equipa, mas se comparar com outros anos, em que não ganhámos, se calhar diria que este ano correram-nos melhor as regatas.”
O surgimento e optimização de outros barcos é, no entender de Quintino, “um bom sinal e uma melhoria clara. A qualidade de equipamentos existentes na Horta é excelente. Por outro lado, há uma melhoria das velas existentes, ou seja, já não vemos velas muito velhas e eu acho que as pessoas começaram a olhar para a vela com outros olhos”.
O Xcape tem alguns apoios, mas é, essencialmente um investimento próprio. “A vela é um desporto caro aquando da aquisição do barco e dos primeiros equipamentos, mas depois a manutenção não é assim tão cara. E os pequenos patrocínios suportam mais ou menos estas coisas. Mas uma coisa tem que ser dita, se o Clube Naval da Horta não fizesse tantas regatas nós não nos aprumávamos tanto nem tínhamos a qualidade que temos.”

 
Sobre o trabalho do Clube Naval da Horta, Quintino diz que “considero que o CNH tem feito bastante. É claro que há coisas que por vezes geram alguma confusão, como sejam os sistemas de classificações ORC, mas tem se conseguido superar isso. O Clube tem trabalhado muito a formação dos seus velejadores nesse sentido e isso é benéfico porque é necessário que as pessoas estejam informadas.”
Hoje em dia, e registe-se, a maior parte dos iates existentes na Marina da Horta são barcos novos, “isto significa que as pessoas vivem melhor, que sabem os barcos que querem e tem mais espírito de iniciativa”.
Confrontado com a possibilidade de incluir o Xcape numa ou outra regata internacional, Luis Quintino diz-nos que “nós somos mais virados para regatas curtas e técnicas. Vou receber um Xcape novo, um Dufour 45. Até à Semana do Mar vamos manter este, mas depois vou mudar. Os alunos do curso de operador marítimo turístico vão passar pelo barco… vai ser uma experiência nova.”

 

 

Maria José Silva

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here