A verdade do Natal “dá sentido a todo o resto” – Bispo de Angra

bispo-angra“Para além de todas as manifestações exteriores de festa, não podemos perder de vista a verdade do Natal, que dá sentido a todo o resto. No Natal de Jesus, a Igreja celebra a presença salvadora de Deus na história humana, através da Incarnação do Filho”.

 

A ideia é expressa por D. António Sousa Braga na sua mensagem de Natal, na qual enfatiza que “toda a celebração cristã é «memorial», que alcança o ser humano no «hoje» da sua existência”.

 

“Propriamente falando, não existe, dum lado, a história dos homens, laica e profana e, paralelamente, a história da salvação. O que realmente acontece, com o Natal de Jesus, é que a salvação de Deus se incarna na história humana. Mesmo com todas as suas contradições e contrariedades. Está é a verdade do Natal”, sublinha o Bispo de Angra.

 

Na sua mensagem, D. António refere que “as narrações evangélicas sobre o Natal de Jesus dão-nos o seu enquadramento histórico”.

 

“Ocupada pelos Romanos, a Palestina estava, na altura, sob o poder despótico de Tibério César; Procurador era Pôncio Pilatos, tristemente famoso pela sua crueldade; detentores do poder local eram os Tetrarcas Herodes e Filipe, personagens medíocres; de baixo perfil eram também os chefes religiosos, Anás e Caifás”, reforça o prelado.

Para D. António, “o cenário político não era, pois, nada animador”.

 

“Num contexto histórico destes, não seria de esperar nada de bom para o futuro. O facto, porém, é que no meio de trevas tão densas, se acende uma luz de esperança. Com o Natal de Jesus, põe-se em marcha uma história nova; é inaugurado o Reino de Deus: Reino de Justiça, de Amor e de Paz”, acentua.

 

Para o Bispo de Angra, “esta é a verdade do Natal”, sendo que “é possível sonhar e esperar; acreditar no futuro; empenhar-se, com esperança certa de alcançar o que se espera.

“Apesar e mesmo no meio de todas as crises, que podem ser oportunidades de crescimento e de progresso. É desejável e possível outro paradigma de convivência pacífica entre as pessoas e os povos”, reforça o raciocínio.

A verdade do Natal cristão “dá-nos um horizonte de esperança, não só escatológica, isto é, para os últimos tempos, mas também histórico-política, no hoje que nos toca viver”, o que implica “empenhamento e intervenção na sociedade, contribuindo para o bem comum, com os valores evangélicos”.

 

Na sua perspectiva, “A questão de fundo do Natal não é a ausência de símbolos religiosos nos espaços públicos”.

“Isso é apenas um sintoma, que desafia os cristãos a darem o seu contributo específico para um mundo melhor, mais justo e fraterno, mostrando-se activos e intervenientes, qual fermento que leveda a massa”, considera D. António Sousa Braga.

 

“O Natal é hoje. Não são expressões colaterais do Natal o ambiente de festa que se cria, a atmosfera de ternura e de boa vontade que se respira, as reuniões familiares e as confraternizações, a partilha e as campanhas de solidariedade. Isso é o Natal em acto. Prolongando as celebrações litúrgicas, que actualizam os valores do Natal cristão, para serem vividos e testemunhados. Aqui e agora. Sempre”, concretiza.

 

 

 

 

(União)

 

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