“Atingimos 70% da população açoriana completamente vacinada. Ao final do dia de ontem [quarta-feira] eram 70,6% dos açorianos completamente vacinados, alcançando aqui o objetivo do Governo Regional de, durante o mês de agosto, termos este nível de vacinação”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores.
O governante falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao centro de vacinação de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Seis das nove ilhas dos Açores (Corvo, Faial, Pico, São Jorge, Graciosa e Santa Maria) já tinham atingido a meta de 70%, valor assumido pelo executivo açoriano para alcançar a imunidade de grupo e levantar medidas restritivas de controlo da pandemia de covid-19.
Quanto às restantes três, a ilha das Flores alcançou os 70% recentemente e Terceira e São Miguel (as mais populosas) deverão fazê-lo em breve, segundo Clélio Meneses.
“Em São Miguel, durante o dia de hoje atingimos os 70%, na ilha Terceira, hoje ou amanhã [sexta-feira], também atingimos os 70% da população vacinada, o que quer dizer que a vacinação está em alto ritmo e a garantir a proteção da população”, referiu.
Questionado sobre a meta de vacinação definida pelo executivo, Clélio Meneses disse que “o que está a ser assumido como número aproximado de uma garantia mais precisa de proteção é cerca de 80 a 85%”, número já atingido em algumas ilhas.
“Temos duas ilhas — Corvo e Santa Maria — já com 80% ou mais de população com a vacinação completa, temos outras três ilhas — Graciosa, São Jorge e Pico — praticamente também com perto de 80% da população completamente vacinada”, revelou.
O governante estima que esse valor seja atingido, a nível regional, até outubro e que os centros de vacinação existentes em São Miguel e Terceira possam ser desativados no decorrer do mês de setembro.
“Dar números e datas num processo com esta dinâmica é sempre arriscado, mas podia dizer que durante o mês de outubro teremos os números atingidos no máximo para que os postos de vacinação sejam desmontados, para que as pessoas se vacinem isoladamente nalguma circunstância e também para prepararmos o processo de uma eventual terceira dose”, apontou.
Clélio Meneses fez também um balanço positivo da adesão dos jovens entre os 12 e os 15 anos à vacinação contra a covid-19 nos Açores.
“Já são cerca de 2.500 os jovens que aderiram. Está a ser um sucesso a vacinação destes jovens. Em São Miguel, cerca de 1.500, na Terceira, cerca de 500, e os outros distribuídos por outras ilhas”, adiantou, sem especificar o número total de jovens nos Açores nesta faixa etária.
De acordo com uma nota de imprensa recente da tutela da saúde, existiam 6.900 jovens entre os 12 e os 15 anos na ilha de São Miguel e 2.100 na ilha Terceira.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou esta quarta-feira que Portugal tinha atingido 72% da população com vacinação completa, colocando os Açores como uma das regiões do país com taxa mais baixa (66%).
Questionado sobre o facto de o ritmo de vacinação na região ser mais lento do que noutras regiões do país, Clélio Meneses justificou-o com “um conjunto de contingências que tornam específico o processo de vacinação nos Açores”.
“Temos nove ilhas, com contingências diversas em termos de recursos humanos, das próprias contingências arquipelágicas e climatéricas, que fazem com que alguns dos voos que transportavam vacinadas tenham sido cancelados. Há vacinas que são transportadas de barco”, apontou.
O governante admitiu também que a modalidade de ‘casa aberta’, que se vai manter, “não está a ter o sucesso que deveria ter”, verificando-se “baixas taxas de adesão”.
“Temos todos os meios e recursos instalados para que este processo se conclua o mais rapidamente possível”, assegurou.
No início de junho, o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, disse esperar que “durante o mês de julho”, a região pudesse atingir a “imunidade comunitária em todas as ilhas”.
Entre 06 de junho e 11 de julho, os Açores vacinaram em massa cinco das seis ilhas sem hospital da região, no âmbito da “Operação Periferia”, que contou com a colaboração de uma equipa de nove militares (seis enfermeiros, dois médicos e um farmacêutico), disponibilizada pelo Ministério da Defesa Nacional.
Lusa