O anúncio foi feito pelo secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, que falava na discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2021, que decorre na Assembleia Regional, na cidade da Horta.
“Com a vacinação, apesar de não termos as que precisamos e desejamos, porque não nos são fornecidas pelo Governo da República, temos, no final desta semana, com a primeira dose da população elegível vacinada 25% dos açorianos, quando a média nacional é de cerca de 15%”, declarou.
Ainda segundo Clélio Meneses, “75% dos açorianos com mais de 75 anos” já receberam uma dose da vacina contra a covid-19 e existem “oito ilhas sem transmissão comunitária, com casos meramente residuais nos últimos meses”.
Pelos socialistas, o líder parlamentar do PS/Açores, Vasco Cordeiro, alertou para a “competição” entre o vice-presidente e o presidente do Governo Regional para “ver quem arranja vacinas” para a região e questionou o executivo sobre se estão previstas alterações ao plano regional de vacinação tendo em vista “uma maior incidência” para São Miguel, ilha que regista mais casos de covid-19.
“O plano de vacinação foi definido numa altura, definido em função da realidade que existia nessa altura, mas essa realidade alterou-se”, apontou o socialista.
Em resposta, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, disse “dispensar a demagogia” e referiu que os critérios de vacinação não devem ser feitos num “exercício de geografia”.
Contudo, ressalvou José Manuel Bolieiro, o executivo não exclui “qualquer revisitação” ao plano regional de vacinação no futuro.
“[O Governo Regional decidiu], no quadro das relações bilaterais, estabelecer outras oportunidades de pesquisa de vacinas e assim foi feito. Todos somos poucos para alcançar esse objetivo que é difícil”, declarou Bolieiro.
O líder parlamentar do PSD/Açores, Pedro Nascimento Cabral recomendou a Vasco Cordeiro “falar com o camarada Augusto Santos Silva”, ministro dos Negócios Estrangeiros, para que sejam estabelecidas relações com os Estados Unidos para o fornecimento de vacinas.
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda António Lima apontou a “contradição” do Governo Regional, que em dezembro de 2020 anunciou a capacidade de ampliação de camas no hospital de Ponta Delgada para doentes com covid-19, mas que na semana passada disse estarem esgotados dois terços da capacidade de oxigénio naquele hospital.
O deputado liberal Nuno Barata sugeriu ao Governo Regional protocolar com o Hospital Internacional dos Açores (privado) o “tratamento exclusivo” de doentes com covid-19, numa vez que na unidade de Ponta Delgada existem “doentes não covid” por tratar.
Rui Martins, do CDS-PP, criticou os compromissos assumidos pelo anterior governo do PS com os profissionais de saúde em “véspera de eleições” e “em cima do joelho”.
O deputado do Chega Carlos Furtado enalteceu o “empenho” e a “energia” do secretário regional da Saúde.
O parlamentar do PAN, Pedro Neves, disse que o partido irá propor um aumento do valor pecuniário atribuído para a fixação de médicos nas ilhas mais pequenas.
O Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, é suportado no parlamento pelos partidos que integram o executivo e pela Iniciativa Liberal e pelo Chega.
Hoje, a região conta com 315 casos positivos ativos de covid-19, sendo 301 em São Miguel, sete na Terceira, cinco em Santa Maria, um nas Flores e um no Faial.
Lusa