“Temos identificados até ao momento mais de 12.000 utentes que cumprem com o critério de grupo de risco, ou seja, indivíduos com mais de 50 anos que têm insuficiência cardíaca, doença renal crónica ou outra das comorbilidades que estão identificadas, temos cerca de 7.000 profissionais identificados e temos cerca de 9.000 utentes e funcionários das múltiplas valências de resposta social. Estes números carecem ainda de alguma confirmação”, revelou Gustavo Tato Borges.
O presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia nos Açores falava, em Angra do Heroísmo, numa audição, por videoconferência, na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, em que participou juntamente com o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, e com o diretor regional da Saúde, Berto Cabral.
Questionado pelo deputado socialista Tiago Lopes, ex-diretor regional da Saúde e ex-responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional dos Açores, sobre o plano de vacinação contra a covid-19 na região e sobre o número de pessoas a vacinar em cada fase por ilha, Gustavo Tato Borges frisou a região deverá receber cerca 2% do número de vacinas atribuídas a Portugal, ressalvando que o número oficial ainda não é conhecido.
“Não é possível dizer neste momento quantas pessoas por ilha vão ser vacinadas, nem quantas vacinas por ilha vão ser distribuídas, porque não está ainda oficializado o número de vacinas que vão chegar à República portuguesa”, salientou, acrescentando que tanto a Pfizer como a AstraZeneca já anunciaram uma redução das quantidades inicialmente apontadas.
O responsável da comissão de acompanhamento sublinhou que será dada prioridade aos lares de idosos e disse que já foi articulado com estas instituições “o envio de um consentimento informado”.
“Tendo em conta a realidade do que aconteceu no Nordeste, na primeira fase, vamos priorizar a vacinação dos utentes que estão em estruturas residenciais para pessoas idosas e os funcionários destas mesmas”, avançou, referindo-se a um lar onde morreram 12 utentes.
Gustavo Tato Borges disse que as vacinas serão armazenadas numa primeira fase no Hospital da Ilha Terceira, mas que o de Ponta Delgada também tem capacidade de armazenamento numa fase posterior.
Quanto à distribuição pelas restantes ilhas, a segurança logística “está a ser articulada com a Proteção Civil”.
“Tendo em conta que a vacina da Pfizer precisa de conservação a -70 graus e de cinco dias a descongelar, vamos aproveitar as viagens para permitir este descongelamento das vacinas, para que a vacinação possa ocorrer o mais rapidamente possível”, referiu.
Lusa