Maternidade na Adolescência” realizado pela faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra e apresentado esta segunda-feira em Angra do Heroísmo.
A rádio Açores TSF ouviu Cristina Canavarro, responsável pela elaboração deste estudo, que apresentou como factores que pesam nesta discrepância entre a região e o Continente a pobreza e a questão cultural.
Quanto aos aspectos culturais, o estudo salienta o abandono precoce da escola e o facto de papel materno ser a referência destas jovens e não o profissional. Estes factores levam a gravidez seja bem aceite. A gravidez na adolescência acontece também num contexto de uma relação estável, com companheiros geralmente mais velhos e também eles já fora do sistema educativo e de formação.
Cristina Canavarro também indicou medidas a desenvolver a curto e médio prazo como o trabalhar as questões do abandono escolar prematuro e as questões relacionadas com a saúde sexual e reprodutiva. A longo prazo dever-se-á criar estratégias e mecanismos que promovam o valor do papel da mulher para além do materno.
Em nota do GaCS, o Governo Regional diz estar disponível para implementar as medidas adequadas a minimizar as consequências negativas da gravidez na adolescência.
Miguel Correia, secretário regional da Saúde, afirma que “tal como houve determinação da assumpção do problema e na sua investigação, do mesmo modo não faltará vontade política para implementar as medidas que se considerarem necessárias”.
A recomendação para que se procedesse à realização de um estudo foi aprovada pelo Parlamento açoriano e teve em conta em conta números divulgados pelo INE que apontavam a Região como sendo aquela onde a gravidez na adolescência tem particular incidência, sobretudo desde 1984.
O estudo foi elaborado por um grupo coordenado pela professora Maria Cristina Canavarro da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Ana Carvalho Melo / Açores TSF