A Associação dos Imigrantes nos Açores juntou-se à Fundação Nelson Mandela para celebrar pela primeira vez nos Açores o ‘Mandela Day’, na quinta-feira, desafiando a população a “dedicar 67 minutos do seu tempo para ajudar quem precisa” como homenagem.
“Uma das atividades centrais desta celebração passa por desafiar a população residente nos Açores a usar preferencialmente até ao dia 28 de julho 67 minutos do seu tempo para ajudar quem precisa, convergindo com o objetivo global do ‘Mandela Day’, que é inspirar as pessoas a desenvolverem ações para ajudar a transformar o mundo num lugar melhor”, afirmou o presidente da associação (Aipa), Paulo Mendes, numa conferência de imprensa em Ponta Delgada.
O responsável explicou que os 67 minutos simbolizam os anos que o histórico líder sul-africano dedicou à causa pública e à luta pelos direitos humanos contra o apartheid
O dia 18 de julho, data em que Mandela celebra o seu aniversário – este ano o 95.º -, foi determinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional Nelson Mandela, devido à sua dedicação a causas humanitárias.
A motivação para aderir ao ‘Mandela Day’ pela primeira vez deve-se muito, acrescentou, “ao estado de saúde de Nelson Mandela, que está cada vez mais debilitada”, mas este pode ser o repto para que as pessoas façam boas ações durante todo o ano.
“Perante a fragilidade do seu atual estado de saúde, julgamos que a melhor homenagem que lhe podemos prestar é fortalecer e ampliar o nosso compromisso em fazer do nosso bairro, da nossa ilha, da nossa região, do nosso país e do nosso mundo um lugar melhor”, afirmou o responsável.
O presidente da Aipa relembrou o “enorme contributo que Nelson Mandela deu à África do Sul e ao mundo servindo de inspiração para as várias mudanças sociais” e apontou alguns gestos simples que podem fazer a diferença e que constam numa lista de 67 sugestões da Fundação Mandela, disponíveis na página da instituição na Internet.
“Faça um novo amigo, enfim, conheça alguém proveniente de uma outra cultura, acreditamos que só é possível livrar as nossas comunidades da intolerância e da xenofobia através da compreensão mútua; leia para alguém que não pode ler; visite um centro de apoio a invisuais, por exemplo; ajude um centro local de acolhimento de animais ou faça o teste HIV e incentive alguém a fazê-lo também”, sugeriu Paulo Mendes.
A Aipa vai organizar no dia 28 de julho um encontro com os participantes desta iniciativa para que cada um tenha “67 segundos” para “partilhar com o público a atividade desenvolvida e os ensinamentos que dela retirou”.
A associação está também já a organizar um conferência sobre Mandela, agendada para setembro, nos Açores, com a presença do jornalista António Mateus, antigo correspondente da RTP na África do Sul e autor do livro “Mandela – A construção de um homem”, e de Rui Marques, ex-alto comissário para a Imigração e Diálogo Intercultural.
Nelson Mandela, que conquistou o Prémio Nobel da Paz em 1993 pelo seu contributo no final pacífico do apartheid e pelo estabelecimento de princípios democráticos na África do Sul, encontra-se hospitalizado desde 08 de junho devido a uma infeção pulmonar.
De acordo com declarações da atual presidência sul-africana feitas a 10 de julho, Mandela estava “em estado crítico, mas estável”.
Lusa