A Lagoa do Fogo, é uma das paisagens mais impressionantes do Arquipélago dos Açores e considerada uma Reserva Natural. Situada no centro da ilha de S. Miguel a 575m de altitude, com uma profundidade máxima de 30m.
“São Miguel é a ilha das mais belas lagoas. A do Fogo jaz no fundo de uma cratera abatida entre os grandes bordos da serra, com uma península povoada de criptomérias entre margens pouco acessíveis, areais vindos por erosão dos montes envolventes e ravinas cobertas de flora endémica… Não há maior beleza do que a desta água aparentemente parada que a todo o momento muda de cor sob o peso do vento e das nuvens, à passagem das brumas que partem em demanda dos mistérios perdidos do mar. A água é azul, verde ou cor de chumbo, consoante a nuvem e a inclinação da luz solar que sobre ela incida.” João de Melo, in “Açores O Segredo das Ilhas”.
A Lagoa do Fogo, classificada desde 1974 como Reserva Natural, na sua grandiosidade e beleza dramática, com água de um azul que vai do escuro anil ao turquesa, contornada aqui e ali por praias de areia branca e rodeada por margens cobertas de vegetação que não consegue ocultar os efeitos das poderosas forças vulcânicas que lhe deram origem, é uma das paisagens mais impressionantes do Arquipélago dos Açores.
Situada no centro da ilha a 575m de altitude, com uma profundidade máxima de 30m, a Lagoa do Fogo, encontra-se rodeada por densa vegetação endémica e ocupa a enorme caldeira do vulcão do fogo, de forma elíptica e dimensões aproximadas de 3 x 2,5km, apresentando paredes com desníveis máximos de 300m.
Desaguam na lagoa do Fogo, cerca de 18 cursos de água e um total de 41 linhas água, com percursos, em geral, muito curtos, na ordem dos 150 a 300 m de extensão, com excepção da ribeira mais hierarquizada desta bacia de drenagem, localizada mais a norte da bacia, que por si só reúne cerca de 40% do total dos cursos de água existentes. Como a caldeira da Lagoa do Fogo é aberta do lado Sul, não se desenvolvem cursos de água representativos nesta zona da bacia de drenagem.
No interior da caldeira, ocorreu uma erupção de natureza traquítica no ano de 1563. Nos flancos deste vulcão existem diversos cones de escórias, domos traquíticos e crateras de explosão hidromagmática (maars) bem como uma cobertura espessa de depósitos piroclásticos pomíticos e, ainda, zonas com actividade hidrotermal.
Na vertente Norte do vulcão, ocorrem manifestações de vulcanismo secundário, como nascentes de águas minerais, águas quentes férreas, fumarolas e um campo geotérmico, utilizado para a produção de energia eléctrica.
Em relação aos habitats, assinala-se nesta área a existência de 10 tipologias constantes na Directiva Habitats, Charnecas macaronésicas endémicas; Águas oligo-mesotróficas; Charcos temporários mediterrânicos; Cursos de água alpinos e sua vegetação rípicola; Charnecas macaronésicos endémicos; Formações de Euforbiáceas; Prados mesofiticos maraconésicos; Turfeiras altas degradadas ainda susceptíveis de regeneração natural; Turfeiras de coberturas; Laurissilva dos Açores.
Dentro do perímetro da Reserva Natural, destacam-se algumas espécies de plantas endémicas dos Açores como o Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia), o Louro (Laurus azorica), o Sanguinho (Frangula azorica), o Trovisco-Macho (Euphorbia stygiana) e a Urze (Erica azorica).
Nesta área, podem-se observar aves marinhas como a Gaivota (Larus cachinnans atlantis), e o Garajau Comum (Sterna hirundo) e aves terrestres como o Milhafre (Buteo buteo rothschildi), o Melro-Preto (Turdus merula azorensis) ou o Pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azorica). De destacar ainda a presença do único mamífero endémico dos Açores, o morcego (Nyctalus azoreum).
Para além de estar inserida na Rede Regional de Áreas Protegidas, esta área encontra-se classificada como Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 e área RAMSAR.
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