O Secretário Regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, reafirmou esta quinta-feira a intenção dos Açores atingirem, dentro de uma década, uma penetração de 40 por cento de energias renováveis no sector eléctrico.
“A nossa ambição é muito maior do que essa meta e de acordo com o plano estratégico pretende-se que o sector eléctrico represente 50 por cento do consumo global de energia nas ilhas”, acrescentou.
Álamo Meneses visitou hoje a zona do Pico Alto na Ilha Terceira onde a Sociedade Geoeléctrica da Terceira (Geoterceira) do grupo da Empresa de Electricidade dos Açores (EDA) está a efectuar a perfuração de três poços geotérmicos de produção e de injecção.
Os trabalhos estão a ser desenvolvidos por uma empresa islandesa da especialidade e têm um custo estimado de 4,3 milhões de euros.
Se os resultados forem positivos, como revelam os primeiros indicadores, será construída uma central de abastecimento, com a potência de 12 megawatts, que assegurará 38 por cento na estrutura de produção de energia da ilha Terceira.
Na região está em desenvolvimento o Plano Estratégico para a Energia dos Açores (PEEA) que visa “fomentar a produção de energia de fontes renováveis e recursos endógenos prevendo-se a redução do consumo de gasóleo e gasolina rodoviários até 10 por cento e do fuel em mais de 50 por cento”.
Na ocasião Álamo Meneses sublinhou que “o maior desafio do nosso tempo é o de produzir energia que seja compatível com a manutenção da qualidade ambiental”.
Contam com “a produção de energias renováveis, particularmente a geotermia”, por ser “um contributo e poderoso que vai permitir cumprir as metas” em termos de penetração das energias renováveis, disse.
O responsável pelo sector ambiental açoriano assegurou que “as vertentes ambiental e energética caminham de mãos dadas e estão bem casadas pois permitem soluções sustentáveis e boas para o ambiente”.
Actualmente, os 28 por cento de penetração de energias renováveis no sector eléctrico evitam a emissão de 145 mil toneladas de CO2, mas dentro, de uma década, esse valor passará a ser de 555 mil toneladas de emissões suprimidas.
A região vai adoptar uma série de medidas, para atingir os objectivos do PEEA, que passam por alteração dos comportamentos das populações, transportes, indústria e serviços, habitações, administração e iluminação públicas.
Vão ser realizadas campanhas para a utilização racional da energia, uso nos circuitos urbanos de mini-autocarros híbridos e eléctricos e, entre outros, incentivos às tarifas bi e tri horárias.
A região passará a contar com energia geotérmica nas ilhas de São Miguel e Terceira, eólica e solar em todas as ilhas, hídrica em São Miguel, Terceira, Flores, Faial e São Jorge e aproveitamento da biomassa e resíduos urbanos nas ilhas de maior dimensão.
Para concretizar o PEEA, a Empresa de Electricidade dos Açores estima investir nos próximos cinco anos 105 milhões de euros de forma a possuir uma potência em energia verde de 46 megawatts.
Vão ser construídas duas centrais de biomassa vegetal e duas de biogás nas ilhas Terceira e São Miguel, uma central de resíduos em São Miguel, instalação de aerogeradores em São Miguel (10) Santa Maria (2), Graciosa (2), São Jorge (3), Pico (2) e Faial (3).
Os investimentos abrangem, também, a ampliação de uma central geotérmica e a construção de uma nova na ilha de São Miguel, aproveitamento hidroeléctrico em São Jorge e uma nova central hídrica nas Flores.
in Lusa/AO Online