O primeiro campo de conservação da natureza para turismo de voluntariado tem início sexta-feira, 12 de abril, na ilha de Santa Maria, com o objetivo de promover e divulgar o conceito de volunturismo, associado a ações de conservação da natureza e preservação da biodiversidade no arquipélago dos Açores.
Esta iniciativa da Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo é desenvolvida pela Direção Regional do Ambiente e conta com a colaboração das equipas da experience.NATURE e da associação Plantar uma Árvore, que promoveram o recrutamento dos voluntários.
Entre 12 e 21 de abril, uma equipa constituída por 10 voluntários de cinco nacionalidades (seis de Portugal, um de França, um da Holanda, um da Alemanha e um da Irlanda do Norte) vai trabalhar, conjuntamente com o Serviço de Ambiente de Santa Maria, no controlo de flora invasora e no restauro do habitat para a conservação de uma das mais significativas populações de ‘Lotus azoricus’ do arquipélago, concretamente na Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Ponta do Castelo.
Nos fins de semana, os voluntários terão oportunidade de explorar e conhecer a ilha de Santa Maria.
Esta iniciativa surge no contexto dos trabalhos de caraterização ecológica e identificação de necessidades de conservação em curso no âmbito do projeto LIFE VIDALIA e responde aos objetivos de intervenção do projeto LIFE IP AZORES NATURA no que respeita à implementação da Rede Natura 2000 nos Açores, tendo a sua concretização contado com a colaboração dos proprietários da parcela de terreno que será objeto de intervenção.
Para esse efeito, a Direção Regional do Ambiente vai estabelecer sexta-feira um Acordo de Custódia da Natureza com os proprietários da área de intervenção.
Trata-se de uma abordagem inovadora a nível regional e que assegura, numa base de colaboração e corresponsabilidade, a manutenção e restauro dos valores naturais através do envolvimento das partes e dos interesses em presença, por via de acordos voluntários, que potenciam a ação no território.
O turismo de voluntariado e os acordos de Custódia da Natureza são ferramentas modernas e eficazes, que devem ser cada vez mais aplicadas à conservação e gestão da natureza e da biodiversidade, promovendo a ideia de que a conservação da natureza e a preservação da biodiversidade não só são compatíveis com a atividade humana, como podem ser potenciadas pelo envolvimento das pessoas, em particular os proprietários ou usufrutuários da terra e os grupos ou organizações da sociedade civil.
Por sua vez, o voluntariado aplicado a fins ambientais e de conservação da natureza pode constituir-se como um produto turístico, com contributo efetivo para a estratégia e objetivos de desenvolvimento sustentável dos Açores.