A nova série da BBC1 ‘Planeta Azul’, que será divulgada ainda este ano, inclui diversas cenas filmadas no mar dos Açores, comprovando que “os Açores são um ‘hotspot’ para filmagens em oceano aberto e profundo”, congratulou Filipe Porteiro, Diretor Regional dos Assuntos do Mar, considerando que “é preciso explorar o potencial” do Mar dos Açores como “um local privilegiado para rodar documentários sobre vida selvagem”.
Esta série, com sete episódios, demorou quatro anos a ser realizada, conta com a locução do famoso naturalista inglês David Attenborough, e será, segundo Filipe Porteiro, “um dos melhores documentários alguma vez realizados sobre o mar”, revelando que nas filmagens rodadas nos Açores é abordada “a importância de um cadáver de cachalote para a ecologia do oceano profundo”. “Quando um animal deste porte morre e chega aos fundos oceânicos constitui um manancial de alimento, primeiro para tubarões, depois para uma miríade de pequenos peixes e invertebrados, como caranguejos da fundura e depois para bactérias”, afirmou.
O Governo dos Açores, através da Direção Regional dos Assuntos do Mar, foi “facilitador de todo este processo”, frisou Filipe Porteiro, acrescentando que estiveram envolvidas nas filmagens a Fundação Rebikoff-Niggeler, que possui o submarino Lula 1000, a Atlantic Ridge Production, do documentarista subaquático Nuno Sá, e a empresa marítimo-turística Pico Sport, que proporciona desde há alguns anos este tipo de atividade.
A Universidade dos Açores acompanhou diversas fases destas atividades que, ao mesmo tempo que proporcionaram imagens de fenómenos ecológicos raros, permitiram o desenvolvimento do conhecimento científico sobre os ecossistemas profundos da Região.
Filipe Porteiro referiu ainda que “os Açores podem vir a ser uma espécie de ‘Oceanwood’”, alertando, no entanto, que as atividades audiovisuais subaquáticas com grandes cetáceos “apenas poderão ser realizadas por profissionais devidamente licenciados” pela Direção Regional dos Assuntos do Mar.
“Os Açores têm-se assumido, nos últimos anos, como um destino de eleição para produções audiovisuais sobre temas marinhos e oceânicos”, afirmou, acrescentando que “este interesse por parte dos amantes da vida selvagem é uma forma de divulgar a Região internacionalmente”, para além de ser uma atividade com retorno económico.
As imagens da segunda série ‘Planeta Azul’ foram recolhidas através da utilização de câmaras de ultra-alta definição que permitem a visualização de cenas subaquáticas com uma qualidade anteriormente inatingível.
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