A licenciatura em Proteção Civil e Gestão de Riscos da Universidade dos Açores, única no ensino universitário público, arrancou com 30 alunos que vão estagiar na área da vigilância sismovulcânica num arquipélago considerado um “laboratório natural” para estudar estas matérias.
“A abertura de um curso na área da Proteção Civil e Gestão de Riscos nos Açores faz todo o sentido”, sublinhou João Luís Gaspar, diretor de curso, em declarações à Lusa, salientando que a região tem “um histórico” marcado por vários fenómenos naturais com impacto significativo em termos humanos e materiais e a “aposta” da academia açoriana “num corpo docente especializado” no tratamento destas matérias.
Esta nova licenciatura, que abriu no ano letivo 2012/2013, tem a duração de três anos, que poderão ter continuidade para o segundo ciclo para diferentes vertentes de mestrados.
“Abrimos com 20 vagas, mas a procura foi muito elevada e a Universidade acabou por aceitar a entrada de 30 alunos que agora estão a concluir o primeiro ano”, acrescentou o investigador da Universidade dos Açores, para quem o arquipélago constitui “um laboratório natural” para o estudo destas matérias.
Além da componente letiva, que dá especial ênfase à área dos desastres naturais, focando também os riscos naturais e tecnológicos, o curso proporciona estágios em contexto profissional, o que vai acontecer já este ano durante o período de férias letivas.
“O Centro de Vulcanologia vai proporcionar alguns estágios para que os alunos possam de certa maneira acompanhar o dia-a-dia da vigilância sismo-vulcânica dos Açores e poderem, desde já, logo no final do primeiro ano, acompanhar aquilo que é o dia da dia dos especialistas nesta área”, adiantou o diretor de curso.
João Luís Gaspar, atual diretor executivo do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), destacou a procura, a nível internacional, de especialistas nesta área, frisando que a academia açoriana “poderá formar nos próximos anos os primeiros licenciados na região neste dominio”, que poderão reforçar a administração púlica regional e as câmaras municipais, que têm uma “uma grande deficiência de profissionais desta área”, apesar de serem parte integrante do sistema de proteção civil.
Há ainda outras saídas profissionais, nomeadamente na área do ambiente, turismo, segurança e ainda para empresas privadas.
“Foi uma aposta da Universidade dos Açores numa área que foi considerada na altura prioritária quer para região quer a mesmo a nível nacional”, frisou, destacando que “a licenciatura será a única no ensino público universitário”, apesar de existirem algumas neste domínio quer no politécnico quer no privado.
O curso está a ser acompanhado pelo Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos, que faz a assessoria direta do Serviço Regional de Proteção Civil nos Açores.
João Luís Gaspar lembrou que o Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos “tem grande experiência” no “trabalho em situações de catástrofe e gestão de riscos com intervenções efetuadas noutros pontos do globo”.
Para este ano letivo, a Universidade dos Açores conta abrir 20 vagas para o curso, as aprovadas pelo Ministério.
Lusa