Foi hoje assinada na Bermuda, a Declaração de Hamilton para a Conservação do Mar dos Sargaços, contribuindo a Região com a experiência reconhecida entre países, regiões e organizações não-governamentais, na definição de políticas de governança para os ambientes marinhos oceânicos. “A Região tem assumido uma posição política de desenvolvimento sustentável das atividades económicas ligadas ao mar assente na conservação das espécies e habitats”, afirmou o Secretário Regional dos Recursos Naturais, frisando que essa situação é reconhecida “no contexto nacional e internacional e especialmente europeu”.
“Os Açores estiveram na génese da definição dos critérios que permitem identificar Áreas Marinhas Ecologicamente e Biologicamente Significantes (EBSAs: Ecologically or Biologically Significant Marine Areas) no âmbito da Conferência da Diversidade Biológica, em cujo racional assenta a Declaração de Hamilton”, realçou Luís Neto Viveiros.
O Governante que se encontra na Bermuda, onde também participa na reunião que antecede a cerimónia de assinatura, recordou que a Região Autónoma dos Açores “foi pioneira na designação de áreas marinhas protegidas do oceano profundo, legalmente incluídas no Parque Marinho dos Açores, para preservar ecossistemas hidrotermais e outros ecossistemas marinhos vulneráveis associados a montes submarinos, localizados tanto dentro como fora da sub-área da Zona Económica Exclusiva”.
Relativamente à Aliança do Mar dos Sargaços, que a Região foi convidada a integrar, Luís Neto Viveiros salientou que “os Açores consideram que a Sargasso Sea Alliance deve ser interpretada não só como uma iniciativa regional [promovida pelo Governo da Bermuda] mas, principalmente, como um modelo inspirador para a proteção e gestão de outras regiões oceânicas fora da jurisdição dos países”.
“A natureza oceânica e geográfica da região dos Açores justifica em pleno a solidariedade do Governo dos Açores com o Governo da Bermuda na defesa desta causa comum e a sua adesão à Sargasso Sea Alliance”, afirmou.
O Mar dos Sargaços [algas], considerado uma ‘floresta flutuante’, funciona como habitat essencial para muitas espécies epipelágicas emblemáticas do Atlântico Norte, desde invertebrados a peixes, passando por répteis, aves e mamíferos marinhos, sendo uma região biogeográfica única na sua complexidade oceanográfica e biológica com um valor ecológico incalculável.