“Em novembro de 2021, aguardavam em lista de inscritos para cirurgia um total de 10.848 utentes, o que corresponde a um decréscimo de 307 utentes, face ao mês anterior. Quando comparados estes dados com os do mesmo mês do ano anterior, verifica-se, igualmente, uma diminuição de 11,4% (menos 1.392 utentes)”, lê-se no documento, divulgado na página da internet da Direção Regional da Saúde.
De acordo com o relatório de acompanhamento mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, relativo a novembro de 2021, o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, o maior da região, é o que concentra mais pessoas em lista de espera (7.434).
Seguem-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), com 2.330 utentes, e o Hospital da Horta (HH), com 1.084.
Os três hospitais reduziram as listas de espera face a outubro, com o HDES a registar a maior descida (3,5%) e o hospital da Terceira a menor (0,6%).
Já em comparação com novembro de 2020, apenas o HSEIT apresenta mais pessoas em lista de espera (7,5%), com os hospitais de Ponta Delgada e Horta a registarem descidas de 15,4 e 15,5%, respetivamente.
Também o número de propostas cirúrgicas em espera diminuiu, havendo 12.383 inscritas, menos 370 (2,9%) do que em outubro e menos 1.255 (9,2%) do que no período homólogo.
Otorrinolaringologia (-4,9%) e oftalmologia (-4,8%) foram as especialidades em que se registou uma maior redução de propostas cirúrgicas em espera.
Oftalmologia continua a ser uma das especialidades em que mais pessoas aguardam por cirurgia nos Açores, representando, em conjunto com ortopedia e cirurgia geral, 62,8% das propostas cirúrgicas inscritas em novembro.
Segundo o relatório, em novembro, os utentes inscritos “aguardavam, em média, 484 dias para a realização da sua cirurgia” (cerca de um ano e quatro meses), menos 18 dias do que em outubro e menos 48 dias do que no mesmo mês em 2020.
O Hospital da Horta — o que apresenta o menor tempo de espera em média (300 dias) — foi o que teve a maior redução face a 2020 (menos 83 dias), mas foi o único a registar um aumento em comparação com o mês anterior (mais um dia).
Já o hospital da Terceira, em que a espera média é de 361 dias, foi o único a aumentar esse tempo num ano (mais 25 dias), apesar de ter diminuído 18 dias face a outubro.
É em Ponta Delgada que mais tempo os utentes aguardam por uma cirurgia (549 dias), ainda que se tenha registado uma descida de 17 dias em relação a outubro e de 51 dias em relação ao período homólogo.
Nos três hospitais, o tempo médio de espera está “acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados”, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.
Menos de metade (46,3%) das pessoas operadas em novembro nos Açores fizeram-no dentro do tempo máximo de resposta garantido, mais do que em outubro (42,6%), mas menos do que em novembro de 2020 (53,7%).
Foi sobretudo no hospital de Ponta Delgada que as cirurgias foram feitas após o TMRG, com apenas 28,3% dos casos em cumprimento desse prazo, uma diferença de 12,1 pontos percentuais face a 2020 (40,4%).
Em novembro, foram realizadas nos três hospitais dos Açores 1.035 cirurgias, mais 72 (7,5%) do que em outubro e mais 351 (51,3%) do que no mês homólogo.
O HDES foi o hospital que registou maior crescimento na produção cirúrgica face a 2020 (mais 111,7%), mas também o único a registar uma quebra face a outubro (-3,9%).
O relatório revela ainda que foram inscritas em novembro 1.074 novas propostas cirúrgicas, mais 2,4% do que no período homólogo e menos 1,4% do que em outubro.
Apenas o hospital da ilha Terceira contabilizou mais propostas do que no mês anterior, verificando um aumento de 4,1%.
O número de cancelamentos de cirurgias registou um acréscimo face a novembro de 2020 nos três hospitais (mais 116), ainda que tenha diminuído em comparação com o mês anterior (menos 90).
Ao todo foram canceladas 447 cirurgias, no mês de novembro, das quais 297 no HDES, 79 no HSEIT e 51 no HH.
Lusa