Açores vão fazer rastreio ao cancro do intestino

O director do Centro de Oncologia dos Açores, Raul Rego, revelou que a região vai dispor de um programa de rastreio do cancro do intestino “inédito em Portugal e na Europa”.
“É um programa muito difícil”, afirmou Raul Rego, salientando que se trata de “uma experiência completamente nova e até pioneira em Portugal”, além de não existir actualmente “nenhum programa na Europa com esta dimensão”.

Este rastreio do cancro do cólon e do recto, que deverá ser lançado até ao final do ano, envolverá um orçamento entre 250 e 300 mil euros, idêntico ao do programa de rastreio do cancro da mama.

Para o lançamento do rastreio, o Centro de Oncologia dos Açores está a trabalhar em colaboração com a Comissão Oncológica Regional e com os directores dos serviços de Gastrenterologia dos hospitais de Ponta Delgada, de Angra do Heroísmo e da Horta.

O programa de rastreio do cancro do intestino será dirigido a todos as pessoas com idades entre 50 e 70 anos, que realizarão colonoscopias nos hospitais e centros de saúde dos Açores.

“Todas as pessoas que, em cada ano, fizerem 50, 60 ou 70 anos, sejam homens ou mulheres, farão o rastreio”, salientou Raul Rego, estimando que, para uma taxa de adesão inicial prevista de 55 por cento, “seriam 3.600 pessoas a fazer anualmente o rastreio”.

Os dados oficiais sobre a incidência de cancro nos Açores indicam que, no caso dos homens, os tipos mais comuns são o da próstata, do pulmão e do cólon e recto, enquanto nas mulheres predomina o cancro da mama, seguindo-se o do cólon e recto.

Entre 1997 e 2006 foram registados 8.465 novos casos de cancro nos Açores, numa média anual de cerca de 850 novos casos, dos quais 500 em homens e 350 em mulheres.

Os dados mais recentes, relativos ao período entre 2006 e 2009, deverão ser conhecidos antes do final do ano.

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