Os açorianos sentiram 124 sismos em 2023 e o mais energético, com uma magnitude de 4,3 na escala de Richter, ocorreu em 25 de setembro, na ilha Terceira, foi hoje revelado.
Segundo a Carta de Sismicidade dos Açores de 2023, publicada na página da Internet do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), os abalos sentidos foram justificados pela atividade sísmica registada no vulcão de Santa Bárbara, na ilha Terceira.
De acordo com o documento, o sismo mais energético sentido na região, em setembro, foi registado neste sistema vulcânico.
“Este sismo foi sentido com intensidade máxima V/VI nas freguesias de Santa Bárbara, São Bartolomeu, Terra Chã e São Mateus”, indicou o CIVISA em comunicado.
Em termos de distribuição geográfica, a Carta de Sismicidade dos Açores indica que “a maioria da sismicidade localizável” se centrou no vulcão de Santa Bárbara – Terceira (zona sismogénica SZ24), a oeste do Faial (zona sismogénica SZ43) e na ilha de São Jorge (zona sismogénica SZ36).
Já o maior número de sismos foi registado no mês de julho (22), “tendo contribuído em grande parte para este número, a crise sismovulcânica no vulcão de Santa Bárbara”, lê-se.
A Carta foi publicada pelo CIVISA no âmbito do projeto VOLRISKMAC II, financiado pelo Programa de Cooperação INTERREG V-A Espanha-Portugal MAC (Madeira-Açores-Canárias) 2014-2020, e em colaboração com o Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos da Universidade dos Açores.
A publicação surge na sequência do compromisso assumido pelo Centro de Informação em 2018 de disponibilizar anualmente o documento “numa plataforma acessível e de forma gratuita, com o objetivo de promover uma maior consciencialização da população relativamente à atividade sísmica que ocorre na região”.
Além do mapa de sismicidade anual do arquipélago, a publicação apresenta os mapas de sismicidade mensal, o mapa com a configuração da Rede de Monitorização Sísmica Permanente do CIVISA, bem como o mapa com as áreas sismogénicas definidas para o arquipélago e quais são alvo de monitorização.
Também é indicada a distribuição diária e mensal do número de eventos registados e sentidos, bem como a energia sísmica libertada.
Relativamente à sismicidade sentida, segundo o mesmo relatório consultado hoje pela agência Lusa, ocorreu predominantemente, nos meses de julho (22 sismos sentidos) e de setembro (19), seguindo-se maio (16), dezembro (13) e outubro (11).
Os meses com menor número de eventos registados foram janeiro (três), fevereiro, março e novembro (seis cada), abril e junho (sete cada) e agosto (oito).
Segundo a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).
A escala de Mercalli Modificada mede os “graus de intensidade e respetiva descrição”.
Com intensidade V, considerada forte – como ocorreu com o abalo mais energético do ano passado -, os sismos são sentidos fora de casa, as pessoas são acordadas, os líquidos oscilam e alguns extravasam, pequenos objetos em equilíbrio instável deslocam-se ou são derrubados, as portas oscilam, fecham-se ou abrem-se, ao passo que os estores e quadros se movem e os pêndulos de relógios param ou alteram o estado de oscilação, de acordo com a descrição do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na sua página da Internet.
Lusa