Açorianos “têm mais 260 milhões de euros nos bolsos” que continentais

O presidente do Governo Regional dos Açores garantiu esta sexta-feira que os açorianos têm hoje “mais 260 milhões de euros nos bolsos” que os continentais, em resultado das medidas sociais que o executivo tem adoptado nas ilhas.
Falando esta manhã no Parlamento açoriano, no decorrer de uma sessão de perguntas promovida pelo PS sobre as medidas de combate à crise financeira já anunciadas pelo Governo, Carlos César adiantou que, apesar da crise, «os Açores têm um nível de protecção superior».«A crise nos Açores tem uma intensidade menor que nos resto do país», sublinhou o governante, recordando o trabalho efectuado pelo Governo em termos de reduções fiscais, apoios às empresas, regime de incentivos, aumentos salariais e do complemento ao salário mínimo, entre outros.

Apesar dessas medidas, o presidente do executivo admite ser necessário reforçar agora os apoios ao rendimento das famílias e das empresas açorianas, através de medidas excepcionais, já anunciadas anteriormente pelo Conselho de Governo.

Carlos César disse que o executivo vai assinar na próxima segunda-feira um protocolo com a banca para a criação de linhas de crédito de apoio às empresas açorianas, através do financiamento de parte dos juros com os créditos bancários.

Apoios que, segundo explicou, se destinam não apenas à garantia do fundo de maneio das empresas açorianas, mas também à reestruturação das suas dívidas bancárias.

«Julgamos que é possível ganhar esta batalha nos Açores de manutenção das empresas e do emprego e de salvaguarda do rendimento disponível das famílias», frisou.

O chefe do executivo socialista disse também que o Governo

vai adiantar o pagamento dos incentivos e dos subsídios às empresas que tiverem os seus projectos aprovados, evitando, assim, que tenham de recorrer à banca para obter crédito».

Apesar das explicações prestadas por Carlos César na Assembleia Legislativa dos Açores, alguns deputados dos partidos da oposição manifestaram dúvidas relativamente à forma como o Governo pretende intervir junto da banca.

Artur Lima, do CDS/PP, teme que a assumpção de parte das taxas de juros por parte do Governo nos créditos concedidos às empresas, possa «sobrecarregar ainda mais as dívidas» dos empresários.

Mais crítico foi Aníbal Pires, do PCP, que acusa o executivo socialista de estar a favorecer a banca com esta intervenção, na medida em que as instituições financeiras podem aproveitar-se para fazer subir as taxas de juros e os spread’s a elas associados.

Já o líder da bancada do PSD, António Marinho, considerou que o combate à crise «não se compadece com politiquice barata», referindo-se à forma como decorreu a sessão de perguntas feita pelo PS ao seu próprio Governo, que considerou ser uma autêntica «peça de teatro».

O Governo Regional anunciou ainda que no próximo dia 10 de Fevereiro serão formalizados outros protocolos com a banca, desta vez para disponibilizar linhas de crédito para o sector agrícola.

 

 

in Lusa/AO Online

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