A ANIMAL e o Grupo Plataforma Açores, de defesa dos direitos dos animais, criticaram na quarta-feira que no arquipélago, desde 2004, tenham sido gastos mais de 2,6 milhões de euros estatais em atividades ligadas à tauromaquia.
Com base numa lista de despesas publicadas no site www.base.gov.pt (contratos públicos), as associações discriminaram à Agência Lusa várias despesas pagas à Associação Regional de Criadores de Toiros da Tourada à Corda, à Tertúlia Tauromáquica Terceirense e a várias pessoas, que somam aquele total.
Num comunicado, uma dezena de entidades aficionadas à tauromaquia na região dos Açores consideram que estas críticas não são éticas nem isentas.
“Será ético e isento confundir o acesso aos apoios comunitários das explorações agrícolas, incluindo aquelas que possuem gado bravo, com dinheiros públicos atribuídos pela Região Autónoma dos Açores? Será ético e isento difundir os cachets dos artistas, sem difundir o retorno (valor da receita das bilheteiras) de um espetáculo que é pago e que é dos poucos espetáculos culturais no país que é autossustentável? Não, não é isento, nem ético”, afirmam.
Estas entidades – entre as quais a Tertúlia Tauromáquica Terceirense e a Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda – criticam ainda que “se lance a suspeita sobre pessoas e organizações que dinamizam e sustentam a atividade cultural taurina”.
A Tertúlia afirma-se ainda “uma associação de utilidade pública, reconhecida como tal, transparente nos atos e nos objetivos, respeitadora da lei e das ideias”.
Segundo a ANIMAL, para a contratação do toureiro El Juli para as Sanjoaninas 2009 foram gastos, por exemplo, 60 mil euros. A associação indica o gasto de 40 mil euros para a contratação do cavaleiro Luís Rouxinol para Sanjoaninas 2010 e 57.500 euros para a contratação do toureiro Miguel Angél Perera para as Sanjoaninas 2010.
Para a ganadaria Rego Batalha, através de subsídios do Instituto da Agricultura e Pescas, a ANIMAL refere o pagamento de 1.745.394,30 euros.
Lusa