A notação financeira atribuída pela agência de ‘rating’ Fitch põe a Região Autónoma dos Açores no nível “BBB-“, numa avaliação que reflete “uma combinação de elevada dívida da região em relação à receita operacional, resultando numa avaliação de sustentabilidade da dívida ‘BBB'”.
A mesma agência avalia o perfil da República como “BBB”, um patamar acima do arquipélago.
Em nota de imprensa, o vice-presidente do Governo dos Açores, Sérgio Ávila, considerou que “esta classificação dos Açores, que se encontra a um nível do ‘rating’ [avaliação] da República, é muito positiva, porque permite o acesso da região, de forma generalizada, aos mercados internacionais, o que, consequentemente, implicará uma redução relevante dos custos de financiamento”.
O titular da pasta das Finanças adiantou que “a avaliação desenvolvida pela Fitch abrange todas as empresas públicas, incluindo as que estão de fora do perímetro de consolidação orçamental, bem como as responsabilidades futuras há muito identificadas, como é o caso das Parcerias Público-Privadas”.
“A passagem da classificação do ‘rating’ da Região para nível de investimento externo, que espero que seja acompanhado e reforçado brevemente por outras agências de ‘rating’, permitirá alterações substanciais no perfil de financiamento da Região”, frisou Sérgio Ávila, acrescentando que, com esta classificação, a região, “passa a ser atrativa para os investidores financeiros internacionais, e permite o acesso generalizado com menos custos aos mercados financeiros internacionais, libertando recursos dos bancos nacionais para a economia regional”.
Para o governante, a avaliação que põe a região no nível de investimento “é mais um reconhecimento da sustentabilidade das finanças públicas regionais, apontando que o ‘rating’ da agência Moody’s para a região tem também vindo a subir, como aconteceu em outubro.
Com este perfil, a região pode agora procurar financiamento de 223,5 milhões de euros no mercado obrigacionista internacional, com títulos a dez anos, confirmou o responsável pela tutela à Lusa.
Sérgio Ávila adiantou que, com esta operação, espera “antecipar a amortização de parte da dívida”.