Pedro Costa Ferreira falava na cerimónia de abertura do 47.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre, em Ponta Delgada, nos Açores.
“Fazer! O tema do nosso congresso. Vivemos há demasiado tempo envoltos numa onda de analistas e comentadores, ludibriados por uma política de anúncios de medidas que não se efetivam, empurrados para a voracidade das notícias que não correspondem, mais tarde, a realizações”, considerou o responsável.
Para o presidente da APAVT, urge fazer “na macroeconomia o crescimento”, ao nível empresarial “a produtividade e a recuperação económico-financeira”, no setor do turismo “a manutenção da liderança económica” em Portugal e a competitividade internacional”.
E é na manutenção da liderança e competitividade que as agências de viagens mais temem riscos.
“Sem que se vislumbre um outro setor económico que dinamize o país, pela situação anacrónica, vergonhosa e incapacitante, das acessibilidades aéreas de Lisboa. Há mais de dez anos que acompanhamos esse processo, temos boas e fundadas razões para não acreditarmos numa decisão em 2023. E sem decisão, evidentemente, não podemos acreditar numa solução que seja implementada nos próximos anos”, afirmou Pedro Costa Ferreira, perante uma plateia que conta com muitos empresários de todo o setor e com secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda.
Assim, diz a APAVT que só lhes resta “exigir que façam o que neste momento parece ainda possível fazer, que são as obras no aeroporto da Portela, permitindo melhorar a operacionalidade e eficiência desta infraestrutura”.
“Senhores políticos, simplesmente deixem que as obras avancem. Não evitarão a vergonha, que se colou a todos os que contribuíram para a actual situação, mas pelo menos mitigarão as consequências deste processo tão trágico como ridículo”.
Neste tema, o presidente da APAVT sublinhou que manterá “total consonância de posições” com o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
Francisco Calheiros tem sido um dos maiores críticos à falta de uma decisão para a solução do novo aeroporto, um problema que já tem 50 anos.
Em 14 de outubro foi publicada em Diário da República a resolução sobre a Comissão de Acompanhamento da Comissão Técnica Independente, que vai estudar as soluções para o novo aeroporto, presidida por Carlos Mineiro Aires.
A comissão vai estudar cinco soluções para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, podendo ainda propor mais, caso entenda, adiantou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, no final do Conselho de Ministros de 29 de setembro.
Em causa, está a solução em que o aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado.
Lusa