Os associados vão criar um novo produto – semelhante aos tickets de refeição já existentes – para ajudar os cidadãos mais necessitados, explicou José Manuel Esteves.
“Estes títulos de refeição são uma forma de os cidadãos irem aos restaurantes e, de uma forma discreta e com toda a dignidade, receberem apoio”, adiantou o responsável da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
A iniciativa faz parte de uma campanha que a AHRESP, em conjunto com parceiros como os grandes supermercados e a Associação Nacional de Municípios, vai lançar na quinta-feira e que é designada por DA – Direito à Alimentação.
O objetivo é criar uma rede de solidariedade que permita fornecer, a quem precisa, refeições suficientes e equilibradas para que não haja “mais nenhuma criança ou idoso subnutrido ou a passar fome”.
A ideia de criar os títulos de refeição surgiu pela experiência vivida em muitos restaurantes, sobretudo nos últimos tempos, contou José Manuel Esteves.
“Diariamente vão pessoas aos nossos estabelecimentos – e agora cada vez mais frequentemente e ainda mais do futuro, dependendo do que acontecer – e, com a máxima dignidade, pedem ajuda porque têm fome”, referiu, garantindo que os restaurantes dão comida e bebida, mas em “atos dispersos e voluntários”. A partir de agora “essa boa vontade passa a ter uma estratégia”.
Para reconhecer os estabelecimentos que aderiram e aceitam os títulos de refeições, será dada uma placa para colocar à porta no momento em que se inscreverem no Balcão Único Empresarial, uma ferramenta da AHRSP para congregar os esforços.
Com lançamento preparado já para o final desta semana ou início da próxima, a campanha DA visa “congregar todas as iniciativas”, desde as “cadeias agro-alimentares, passando pela grande distribuição alimentar e pelo sector da restauração todo – desde o mais modesto cafezinho até ao mais relevante restaurante e hotel – e até às autarquias e às instituições de solidariedade social, sublinhou o responsável.
“Normalmente, as campanhas de alimentos pecam por falta de frescos e de frutas, leguminosas, peixe e carne e é nesse sentido que queremos passar a dar uma nutrição mínima”, referiu, sublinhando que o que será dado “não são sobras nem excedentes, é uma parte do negócio de alimentação”.