AIB rejeita proposta para introduzir polifosfatos no bacalhau salgado verde

A AIB – Associação dos Industriais do Bacalhau teme que o tradicional bacalhau português tenha os dias contados perante a intransigência da Comissão Europeia em impor regras claras e transparentes para a introdução de polifosfatos no bacalhau salgado verde, defendendo que a proposta apresentada para discussão, em Bruxelas, esta quinta feira, “não salvaguarda a indústria portuguesa de transformação do bacalhau nem reflete as propostas que foram apresentadas pelo governo português”.

“A proposta da Comissão Europeia apenas prevê um período de transição para a introdução dos polifosfatos, deixando nas mãos dos fornecedores e da indústria portuguesa uma possível solução para a situação”, explica Paulo Mónica, secretário-geral da AIB, denunciando que a “Comissão Europeia opta por uma saída airosa, em que basicamente demite-se das suas funções, o que é ainda mais grave porque esta proposta sai da direção geral que tem por missão zelar pela saúde e direitos dos consumidores”, uma vez que que não existe um método rápido e eficaz de detetar os polifosfatos. “Pode demorar semanas até a indústria nacional saber se um lote tem ou não polifosfatos, a palavra do fornecedor não basta até porque a Noruega é o nosso maior fornecedor de bacalhau e o principal instigador desta proposta, só isto já devia ser suficiente para alarmar Bruxelas”, explica Paulo Mónica.

“É urgente que Portugal faça aprovar em Bruxelas o reconhecimento do nosso bacalhau como especialidade regional. Isso permitiria garantir a identificação do verdadeiro bacalhau, que é 100% natural e não precisa de quaisquer químicos para ter a cor, o sabor e a textura que lhe são tradicionais”, defende a AIB.

Por seu lado o Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal da União Europeia avança que  hoje a questão  dos aditivos na salga do bacalhau será debatida,  mas que  não será tomada qualquer decisão.

“O assunto está na agenda do comité permanente, mas apenas para debate. Não haverá votação nos próximos tempos”, disse à Lusa o porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde e Defesa do Consumidor, Frédèric Vincent.

A adição de polifosfatos E-450, E-451 e E-452 no processo de salga do bacalhau é proposta pela Noruega e Islândia e rejeitada por Portugal, que utiliza um processo natural, sem aditivos.

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here