“O presidente do conselho de administração manifestou-se contrário, porque uma tal empresa seria ‘inconstitucional’, garantindo que nunca fará nada que seja inconstitucional e que dirá isso mesmo à tutela se lhe for perguntado”, afirmou hoje em comunicado a Comissão de Trabalhadores da RTP.
Na segunda reunião dos representantes dos trabalhadores com Alberto da Ponte, foi discutida a intenção anunciada nos Açores por ambos os candidatos presidenciáveis e, nomeadamente pelo vencedor, Vasco Cordeiro, de criar uma empresa regional sucessora da RTP Açores, caso a tutela avance no sentido de fechar o canal.
A comissão de trabalhadores discorda do modelo de autonomização, sugerido pelo Governo para os Açores e para a Madeira.
De acordo com o comunicado, o presidente afirmou também que a RTP 2 é para manter, e “não só com as dotações orçamentais quase simbólicas que têm vindo a público”.
Em relação a possíveis planos para rescisões ou mesmo despedimentos, Alberto da Ponte, que está há um mês em funções, “negou a existência de planos nesse sentido”, mas recusou dar garantias de que não haverá despedimentos “num contexto nacional e internacional” como o atual.
“Considerou que deverão ser esgotados todos os cortes em outros custos antes de chegar a um ponto tal”, acrescenta.
No final da reunião, refere o documento, o conselho de administração apelou à comissão de trabalhadores “a uma reflexão sobre os efeitos negativos que certas críticas podem ter sobre a causa da rádio e da televisão públicas, tendo-se referido a título de exemplo ao comunicado sobre a contratação da agência Cunha Vaz”.
Lusa