Alemanha afirma que eleição de Donald Trump marca o fim de uma era

O chefe da diplomacia alemã afirmou hoje que a eleição de Donald Trump marca o fim de uma era e que Berlim irá avançar prontamente para salvaguardar “uma cooperação transatlântica estreita e confiante” com a nova administração americana.

Num artigo publicado hoje no jornal alemão Bild, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, escreveu que “com a eleição de Donald Trump, o velho mundo do século XX finalmente acabou” e “como o mundo de amanhã será ainda não está definido”.

O artigo de Steinmeier é publicado dois dias depois de Trump ter prestado juramento como 45.º Presidente dos Estados Unidos numa cerimónia pública em Washington.

Steinmeier referiu que quando acontece uma mudança de poder existem “incertezas, dúvidas e pontos de interrogação”, mas advertiu que muito mais está em jogo “nestes tempos de uma nova desordem global”.

Sobre a relação direta com Washington, Frank-Walter Steinmeier indicou que Berlim pretende salvaguardar “uma cooperação transatlântica estreita e confiante sustentada em valores comuns” com a nova administração americana.

O chefe da diplomacia alemã também referiu que pretende promover com Washington o livre comércio e esforços conjuntos contra o extremismo.

Ainda no artigo, Steinmeier afirmou ter a certeza de que a Alemanha vai “encontrar interlocutores em Washington que saibam que os países grandes também precisam de parceiros”.

No sábado, a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou confiança de que as relações transatlânticas vão continuar a ser importantes com Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos e disse que a Alemanha irá trabalhar nesse sentido no seio do G20, grupo que reúne as 20 economias mais ricas e emergentes do mundo. A Alemanha sucedeu à China na presidência do G20.

“As relações transatlânticas não irão ter menos importância nos próximos anos. Vou trabalhar para isso”, disse Merkel.

Numa recente entrevista, Trump manifestou o seu respeito pela chanceler, que classificou como uma “grande líder”, mas disse que Merkel cometeu um “erro catastrófico” ao abrir as fronteiras da Alemanha a migrantes e refugiados.

 

Lusa

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