Alexandre Gaudêncio propõe “novo impulso” ao Ensino Profissional nos Açores

O presidente do PSD/Açores apresentou este domingo, um conjunto de propostas para dar um “novo impulso” ao Ensino Profissional na Região, alegando que é um dos “instrumentos mais eficazes” no combate ao abandono e insucesso escolar.
“É urgente dar um novo impulso ao ensino profissional. Os Açores têm de aproximar-se dos indicadores médios da União Europeia em matéria do número de alunos em cursos profissionais – ou seja, 60 por cento dos que frequentam o ensino secundário. Atualmente, só um terço dos alunos açorianos frequentam cursos profissionais”, afirmou Alexandre Gaudêncio, na sessão de encerramento do 20º Congresso da JSD/Açores, que decorreu em São Vicente Ferreira.
O líder dos social-democratas salientou que é necessário “tornar a escola mais atrativa para os jovens, sob risco de uma parte substancial dos alunos da nossa Região abandonarem os estudos”, lembrando que “o insucesso e abandono escolar conduzem à falta de qualificação e ao desemprego”.
“Recentemente foi divulgado um estudo internacional que concluiu que 34,5% dos adolescentes açorianos não gostam da escola. Ou seja, um em cada três adolescentes não gosta de andar na escola”, disse.
Para Alexandre Gaudêncio, “um dos instrumentos mais eficazes no combate ao abandono e ao insucesso escolar são as escolas profissionais”, cuja importância para os alunos e para as empresas é consensual na sociedade açoriana.
“Mas entre as bonitas palavras de quem governa e a realidade das escolas profissionais da nossa Região vai uma grande distância. E o que é nos diz a realidade? Diz-nos que, nos últimos oito anos, houve uma redução de 28% no número de cursos profissionais cuja abertura foi autorizada pelo Governo Regional”, frisou.
Segundo o líder social-democrata, “a realidade também nos diz que, nos Açores, a maioria das escolas profissionais está a funcionar apenas a metade da sua capacidade, embora exista procura para esses mesmos cursos”.
“Tudo isto sucede porque este Governo Regional decidiu impor fortes limitações ao financiamento do ensino profissional. É uma opção legítima do Governo. Mas errada, na nossa opinião” sublinhou.
O presidente do PSD/Açores considerou que “quem perde com isto são os jovens que não se sentem atraídos pelo ensino regular e gostariam de tirar um curso profissional para entrar no mercado de trabalho”, bem como as empresas, “que não conseguem encontrar técnicos especializados disponíveis para contratar”.
Alexandre Gaudêncio revelou que o objetivo do PSD/Açores de dar um “novo impulso” ao ensino profissional na Região “baseia-se em cinco grandes propostas”.
“Assegurar que todas as ilhas e concelhos da nossa Região tenham oferta de formação profissional. Essa oferta deve ser garantida pelas escolas profissionais e, nas ilhas e concelhos onde aquelas não existam, pelas escolas do ensino regular, evitando que haja uma sobreposição de oferta formativa; proceder à abertura de mais turmas nas escolas profissionais, tendo naturalmente em conta as características de cada estabelecimento de ensino e de acordo com a procura dos jovens”, referiu.
O líder dos social-democratas açorianos anunciou ainda que o partido propõe igualmente “estabelecer áreas vocacionais em função da realidade social e económica de cada ilha ou concelho, promovendo desta forma a especialização das escolas profissionais, e envolver os agentes económicos e a comunidade educativa na definição das ofertas formativas das escolas profissionais”.
“E, por fim, mas também muito importante, é preciso assegurar, a tempo e horas, o financiamento público necessário ao ensino profissional nos Açores”, afirmou.
Alexandre Gaudêncio acrescentou que o PSD/Açores “não se limita a identificar os problemas do insucesso, abandono escolar e do desemprego jovem, mas também apresenta soluções”.
“Como veem, temos propostas e soluções para os problemas dos açorianos”, concluiu.
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