Em paralelo, as duas encomendas feitas aos ENVC pela mesma empresa, “Atlântida” e “Anticiclone” e rejeitadas em 2009, continuam sem ter qualquer destino definido.
“O deputado do PSD que agora se insurge contra o Governo dos Açores e apela ao envolvimento do PS na ajuda para ultrapassar o problema, deveria, no passado recente, ter tido essa atitude junto dos deputados do PSD na Assembleia da República e na Assembleia Regional, quando os mesmos eram os principais instigadores da recusa desses navios e se empenhavam em dificultar o cumprimento daquele contrato”, disse à agência Lusa o socialista Jorge Fão.
Acrescenta que foram propostas, antes da rescisão do contrato pelo Açores, comissões parlamentares de inquérito que “lançaram na opinião pública dúvidas sobre a capacidade técnica dos ENVC e suspeições sobre a segurança e a qualidade dos barcos aos quais, ignorantemente, chamavam de ‘carroças'”, diz ainda o socialista.
Uma reação que surge depois de Eduardo Teixeira ter classificado a decisão do Governo dos Açores, de encomendar dois ferryboats a uma empresa espanhola, como “uma brincadeira de muito mau gosto” face aos sacrifícios pedidos aos portugueses.
“O país, a economia e os portugueses estão a fazer grandes esforços, nomeadamente para aumentar as exportações. Só como uma brincadeira de muito mau gosto é que podemos ver este anúncio”, afirmou à agência Lusa o deputado social-democrata.
O concurso público internacional foi lançado em 2011 e mereceu duras críticas dos estaleiros nacionais, que alegaram possuir regras que limitavam o acesso das empresas portuguesas.
Lusa