De acordo com António Conceição, presidente da Associação Nacional de Controlo de Pragas Urbanas, esta nova realidade está relacionada com as alterações climáticas e o efeito de estufa a nível mundial, de que Portugal não é exceção.
“O calor tem acelerado o aumento da reprodução de moscas e mosquitos. Quando existe mais humidade e maior temperatura no inverno, aparecem mais insetos”.
Apesar de o último inverno ter sido frio, foi muito chuvoso, pelo que o ar ficou mais húmido e propenso ao aparecimento destes insetos.
As moscas e os mosquitos apenas no verão já não são a regra. Atualmente vai sendo comum a existência destes insetos dentro das casas todo o ano. Para isto contribuem ainda outros fatores como o aumento da poluição.
“Se existir nas localidades mais matéria orgânica, ou se as pessoas usarem mais adubos orgânicos, isto dá origem ao aparecimento de mais moscas”, explicou o responsável.
As alterações climáticas têm sido ainda responsáveis pela chegada mais tardia das aves migratórias a Portugal, o que contribui para o desenvolvimento de pragas de insectos.
“As aves migratórias, como as andorinhas e as galinholas, sobretudo as insectívoras, chegam mais tarde, obviamente há mais insectos, porque não há aves para os comer. Existe aqui uma alteração do ecossistema que desequilibra a cadeia alimentar”, explicou.
António Conceição sublinhou contudo que, apesar de estes cenários se verificarem com mais frequência, não é rigoroso afirmar que é assim todos os invernos, porque uma estação mais fria e seca será necessariamente sinónimo de menos insetos.