A Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores considerou esta segunda-feira, que as mais valias das autonomias para o todo nacional “são inquestionáveis”, realçando que o “estreitamento de laços e o aprofundamento do conhecimento por parte da República das idiossincrasias das Regiões Autónomas”, contribuíram em muito para “que tal fosse possível”.
Ana Luís, que discursava na sessão solene do Dia da Região, que teve lugar na sede do Parlamento Regional, na cidade da Horta, enalteceu o sincronismo da efeméride com o Dia do Espírito Santo, uma celebração “que exorta todos os valores que estão na génese do viver e do sentir das nossas gentes. A força, o saber, a união a solidariedade e acima de tudo a esperança, que muitos de nós designamos de fé”.
“A grandeza do que somos hoje devemo-lo essencialmente a cada uma das açorianas e açorianos que com o suor do seu trabalho e com a sua resiliência, dão corpo e vida, a estas 9 ilhas, e levam na mala da partida a nossa cultura e tradição, elevando o nome dos Açores a onde quer que se encontrem”, disse, elogiando o povo açoriano, relembrando que este dia deve ser também de reflexão sobre os dilemas “com que hoje nos deparamos, e para os quais devemos ousar apresentar soluções de reforcem e consolidem a nossa Autonomia, e que contribuam para uma sociedade mais participativa, mais justa, mais responsável e mais solidária, que honre a liberdade conquistada há pouco mais de 40 anos”.
Ana Luís deixou nesse sentido uma mensagem à classe política, para que estejam mais próximo dos eleitores e se preocupem mais com a ética, considerando que com o acesso facilitado à informação e às redes sociais, “onde a verdade nem sempre é o mais importante….aumenta o nosso comprometimento na forma como as utilizamos, influenciamos ou despertamos consciências”.
“O clima de desconfiança e descredito, promove discursos demagógicos e populistas que ameaçam os princípios fundamentais e fundadores das sociedades democráticas”, reiterando a Presidente que “a sobrevivência do sistema democrático passa necessariamente por uma introspeção daquela que deve ser a nossa conduta, enquanto cidadãos integrados numa comunidade que ser quer rica na diversidade de opiniões e humilde na convergência de posições”, anuindo que aqui tem mais responsabilidade quem exerce funções politicas “pois tem a obrigação de nortear a sua ação de forma a que esta contribua para a credibilização das instituições democráticas. É necessário desenvolvermos uma permanente reinvenção das nossas práticas, logrando uma verdadeira aproximação ao cidadão. Nesta postura a nossa dimensão ética tem que ser exemplar”, defendeu.
Nesse sentida Ana Luís referiu-se à criação da Comissão Eventual para a Reforma da Autonomia e a realização de um estudo sobre a abstenção nos Açores “são bons exemplos de ações que visam, de forma transparente e fundamentada, detetar causas para encontrar soluções, contribuam para o estabelecimento de pontes de diálogo entre eleitos e eleitores”.
O Dia da Região Autónoma dos Açores, que se cumpre hoje, foi instituído pela Assembleia Legislativa em 1980.
Durante a Sessão Solene presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foram distinguidas 19 personalidades, sete das quais a título póstumo, e 11 instituições da Região, uma organização conjunta da Assembleia Legislativa e do Governo dos Açores.
Açores 24Horas