“Um Plano e um Orçamento serão sempre melhores para a Região e para o futuro dos Açorianos, se resultarem de um processo aberto, participado e dinâmico, de diálogo político-partidário, feito de convicções e boa-fé, refletindo as várias sensibilidades existentes na sociedade Açoriana”, afirmou André Bradford, esta quinta-feira no encerramento do debate sobre o Plano e Orçamento para 2019.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores recordou que “ao longo das sucessivas maiorias governativas”, houve bons exemplos do “espírito colaborativo”, que resultaram na aprovação, em todos os anos, de “propostas de alteração, apresentadas por todos os partidos da oposição”. É por isso incompreensível, disse André Bradford, que “haja quem prescinda desta nobre tarefa democrática” e que, “antes mesmo de qualquer esforço de concertação”, se diga “farto e descrente, enfastiado por não poder fazer, sozinho e a seu bel-prazer, o seu Plano e o seu Orçamento”.
André Bradford apontou “as incoerências” do novo líder do PSD/Açores que, “na oposição exige aumentos dos complementos sociais, mais recursos e mais meios, mas que na sua autarquia reduz os apoios e dedica apenas 0,8% do total do Orçamento à ação social”. Que legitimidade, questionou o parlamentar socialista, “tem um responsável político para falar do combate à pobreza como uma prioridade dos organismos públicos, quando no plano concelhio, dedica no Orçamento à rubrica “mercados e feiras” a mesma verba que reserva para o apoio social?”
“Porque é que o que se passa de bom no turismo do concelho é mérito da autarquia [Ribeira Grande] enquanto os problemas sociais do concelho são da responsabilidade do Governo Regional?” e, “que coerência pode ser atribuída a um líder partidário que, dirigindo há seis anos o concelho com a maior percentagem de beneficiários do Rendimento Social de Inserção da Região, exige que o Governo Regional se responsabilize sozinho pela resolução do problema?”, acrescentou.
Infelizmente, reconheceu André Bradford, “para a construção de uma Região melhor é impossível contar com aqueles que têm como principal objetivo programático, assumido publicamente, derrubar esta maioria, e que usam esse desígnio como razão de ser de tudo o que fazem, dizem ou propõem”. No entanto, “há na oposição quem, de forma construtiva, esclarecida e civicamente responsável, procure legitimamente influenciar o governo, sem exigir que se desvirtue o seu Programa e as suas propostas. É com essa oposição que podemos e devemos trabalhar, como temos feito e como, com certeza, faremos de novo este ano”.