“Fazer os preparatórios em Engenharia para depois o curso ser concluído no continente tem sido um desastre e um desperdício de recursos financeiros”, afirmou Augusto Guedes, para quem este modelo “tem sido um fracasso absoluto para os estudantes, com taxas de sucesso e de retorno de engenheiros baixissimas”.
Para o presidente da ANET, a Universidade dos Açores tem gasto mal o “dinheiro dos impostos”, que considera que “deve ser melhor aplicado”.
António Guedes, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, à margem do seminário sobre ‘Segurança contra Incêndios em Edifícios’, acusou a Universidade dos Açores de se “recusar a perceber que o essencial seria produzir na região engenheiros técnicos e outras formações necessárias ao desenvolvimento do arquipélago”.
“A região tem capacidade para produzir os seus engenheiros e não precisa de os mandar ao fim de dois anos para Lisboa ou Porto”, defendeu.
Por outro lado, o presidente da ANET manifestou contentamento com a nova legislação que, na sua perspectiva, poderá gerar “a médio prazo uma melhor arquitectura no território nacional”.
“Há um edifício legislativo que saudamos porque vai ter efeitos a médio prazo”, afirmou, referindo-se à legislação que define as qualificações dos técnicos que podem intervir na elaboração de projectos de arquitectura e de engenharia e a legislação contra incêndios.
“Vamos disfarçando nalgumas coisas, mas fazemos parte de países terceiro-mundistas. Basta ver para a qualidade de construção das nossas cidades, como decrépito está o nosso parque urbano e a forma como há proteccionismo e corporativismo de muitos profissionais representados por algumas ordens”, frisou.
Lusa