“Passar ao lado do Dia Internacional do Jazz seria uma coisa escandalosa, na nossa opinião, por isso, no ano passado, organizámos o primeiro evento neste dia”, adiantou, em conferência de imprensa, José Ribeiro Pinto, presidente da Associação Cultural AngraJazz.
Segundo Ribeiro Pinto, o festival AngraJazz, que este ano assinala a sua 20.ª edição, também organizado pela associação, é “um dos principais festivais de jazz do país, conhecido por agentes musicais de todo o mundo”, por isso, Angra do Heroísmo não podia deixar de se associar às comemorações deste dia internacional, criado em 2011 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
A banda da ilha Terceira Wave Jazz Ensemble abre as comemorações, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, no dia 30, às 21:30, com “Missione Itália”, um concerto criado para este dia, inspirado na música popular italiana dos anos 1940, 50 e 60, que conta com a participação da cantora Sónia Pereira.
O grupo fundado há oito anos é composto pela pianista italiana Antonella Barletta e pelos terceirenses Paulo Borges (trompete), Rui Melo (saxofone tenor), Paulo Cunha (contrabaixo) e Nuno Pinheiro (bateria).
As comemorações encerram com o Satori Trio, composto pelo galego Xan Campos (piano), o argentino Dimian Cabaud (contrabaixo) e o português Marcos Cavaleiro (bateria), que atuam por volta das 23:30.
A banda nacional apresenta “uma visão musical da liberdade em que a improvisação é predominante”, o que, segundo Ribeiro Pinto, resulta “numa música fresca e que nunca se repete”.
No ano passado, o Dia Internacional do Jazz foi assinalado em Angra do Heroísmo com “A Arte do Duo”, um evento com três concertos, em duo, durante dois dias, que juntou em palco o pianista João Paulo Esteves da Silva, primeiro com o contrabaixista Zé Eduardo, depois com o saxofonista Ricardo Toscano e, por fim, com o guitarrista Afonso Pais.
Segundo José Ribeiro Pinto, a iniciativa foi inédita em Portugal e o programa foi “extraordinário”, com “músicos fabulosos”, mas a adesão ficou abaixo do esperado.
“Foi média. Nós que estávamos habituados às avalanches do AngraJazz, com sessões esgotadas, estávamos de facto confiantes”, reconheceu, alegando que a sala teve 50% de ocupação.
Ainda assim, o membro da organização disse acreditar que “as pessoas vão começar a aparecer mais”, assim que o evento ganhar visibilidade.
“As pessoas vão começar a meter no calendário que, no dia 30 de abril, é aqui não é em mais lado nenhum”, frisou.
Este ano, o evento conta com um orçamento de cerca de 6.000 euros, com apoios do município de Angra do Heroísmo e da direção regional da Cultura, e os preços custam entre 12,5 e cinco euros.
Para o vereador Guido Teles, o festival AngraJazz “tem levado o nome dos Açores bastante longe e faz com que neste momento Angra do Heroísmo seja reconhecida na região, mas também a nível nacional, como um dos principais centros de divulgação e de promoção do jazz em Portugal”.
O Dia Internacional do Jazz é celebrado com centenas de eventos por todo o mundo e, nos Açores, será assinalado em Angra do Heroísmo e na ilha do Pico, em São Mateus, com concertos de rua, organizados pela MiratecArts.
Lusa