“A antena estará instalada até ao final deste ano, nas próximas duas semanas, e o plano é estar a funcionar até ao final do primeiro trimestre”, avançou o governante, em declarações aos jornalistas.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior falava no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira (Terinov), em Angra do Heroísmo, onde será instalada a antena, que integra uma estação recetora de dados de satélite em tempo real.
O projeto é promovido pelo Centro Internacional de Investigação para o Atlântico (Air Centre) também instalado no Terinov.
Segundo o diretor executivo do Air Centre, Miguel Belló, a antena permitirá captar imagens com largura de três mil quilómetros, entre a Alemanha e a costa americana, provenientes de seis satélites, e a estação terá capacidade para processar 290 gigabytes por dia.
“Coloca a ilha Terceira no centro do mundo, porque esta antena vai buscar informação a todos os satélites que passam por cima dos Açores a cerca de 800 quilómetros de distância”, sublinhou o ministro da Ciência.
O Laboratório de Observação da Terra do Air Centre está já a trabalhar com dados da Agência Espacial Europeia (ESA), mas “a partir de março começará a usar a informação da nova antena”.
“Temos já cá 12 pessoas muito competentes, muitas delas com doutoramento, outras com licenciaturas e mestrados, que vieram de todo o mundo e que agora vão pôr a antena a funcionar nos próximos três meses e a partir de março teremos a antena a funcionar”, frisou Manuel Heitor.
O ministro sublinhou que os dados recolhidos podem ser utilizados em projetos que vão desde a prevenção de pragas em exploração agrícolas ao controlo de plásticos no mar, entre muitas outras aplicações.
“Hoje, o espaço é sobretudo dar informação às pessoas para ter comunicações seguras, para ter uma qualidade de vida melhor e para poderem movimentar-se e ter informação”, frisou.
“O Air Centre está a cumprir a sua missão, que é trazer para os Açores, para a ilha Terceira em particular, para Portugal e para a Europa uma centralidade através dos temas de observação da terra”, acrescentou.
Também presente no evento, o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, salientou que esta antena será “a primeira e única” no Atlântico Norte.
“Vai permitir que tenhamos dados com capacidade de transmissão imediata e criar desenvolvimentos através da criação de um centro de dados específico do Air Centre, que pode reter esta informação, criar interpretação e fazer prototipagem”, apontou.
O chefe do executivo açoriano considerou, por outro lado, que este projeto torna os Açores “relevantes mundialmente”.
“Valoriza muito o Terinov, a ilha Terceira e os Açores, na medida em que, como se tem visto, é fonte de atração e de captação de talentos altamente diferenciados e isto ajuda, naturalmente, também a que nós possamos ser um centro atrativo da economia, dos talentos e da ciência e da capacidade tecnológica”, afirmou.
Criado em 2018, o Air Centre envolve parceiros de Portugal, Espanha, Reino Unido, Noruega, Gana, Benin, África do Sul, Nigéria, Angola, Namíbia, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Senegal, Costa do Marfim, Marrocos, Brasil, Colômbia, México, Peru, República Dominicana e Estados Unidos.
Promove projetos de investigação nas áreas do espaço, atmosfera, oceano, clima, energia e ciências dos dados.
Lusa