António Costa acusa Passos de gerar desconfiança com prazos de retoma económica

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, acusou hoje, nos Açores, o primeiro-ministro de gerar desconfiança na sociedade, ao falar de diferentes prazos para a retoma económica do país. 

“Nós não podemos ter um primeiro-ministro que em agosto anuncia que em 2013 iríamos começar a crescer, que há três semanas diz que só vamos começar a crescer em 2014 e que hoje no jornal já diz que afinal já começámos a crescer”, sublinhou o dirigente socialista, na sessão de abertura do XV Congresso do PS/Açores, a decorrer na cidade da Horta.

António Costa, que muitos militantes socialistas veem como possível sucessor de António José Seguro na liderança nacional do partido, acrescentou, perante uma sala com mais de 200 congressistas, que “não é assim” que Pedro Passos Coelho vai “gerar confiança” nos portugueses.

O autarca que recusou dizer aos jornalistas se vai participar ou não na reunião da Comissão Política Nacional do PS marcada para a próxima terça-feira, em Lisboa, apresentou no congresso açoriano, as suas propostas para melhorar a economia nacional.

No seu entender, a solução para a crise passa por “estimular o consumo”, através da “atualização” do salário mínimo nacional, aumentando assim o poder de compra daqueles que menos recebem.

“Não podemos acreditar que podemos estabilizar a nossa economia, travar as falências e o aumento do emprego, senão estimularmos o consumo interno”, sublinhou António Costa, para quem é necessário “dar um sinal claro”, através da “atualização urgente do salário mínimo nacional”.

O autarca socialista, que se deslocou aos Açores a convite do ex-líder regional do PS, Carlos César, que foi seu amigo e colega nos tempos em que passaram pela Juventude Socialista, disse entender que o ajustamento dos prazos para o pagamento da dívida pública portuguesa não resolve todos os problemas da crise.

“Isso não chega! Se nós mantivermos este nível de austeridade, nós continuaremos a ter os resultados que temos tido, ou seja, não temos conseguido diminuir o défice e não conseguiremos pagar a nossa dívida”, advertiu António Costa.

O presidente do maior município do país referiu-se também ao próximo quadro comunitário de apoio 2014/2020, que considerou ser “essencial” para alavancar a economia portuguesa.

Na sua opinião, a grande aposta que o Governo da República deve fazer, em matéria de investimento financeiro, é criar um grande programa de combate ao desemprego juvenil”.

Para António Costa, a preparação do próximo quadro comunitário deve começar o mais rápido possível, de preferência abrindo a discussão às regiões autónomas e às autarquias.

Muito aplaudido no arranque do congresso regional socialista, António Costa disse esperar poder voltar a trabalhar ao lado do açoriano Carlos César, numa alusão a eventuais cargos políticos que ambos possam vir a desempenhar no futuro, mas que não quis especificar.

O Congresso do PS/Açores, que decorre até domingo na cidade da Horta, irá reconfirmar a liderança de Vasco Cordeiro, o sucessor de Carlos César no Governo Regional e no partido.

 

Lusa

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