O seminário intitulado “As Vítimas de Crime e os Órgãos de Comunicação Social” visa assinalar o Dia Europeu da Vítima de Crime, na segunda feira. Este dia foi instituído por um fórum europeu que reúne serviços de apoio à vítima de mais de 21 países, o actual Victim Support Europe, para recordar os direitos de quem é vítima de crime.
Joana Marques Vidal, presidente da APAV, explicou à Lusa que a associação pretende lançar um debate sobre a importância dos órgãos de comunicação social na divulgação dos fenómenos de violência, mas também sobre o respeito que devem ter pelo direito das vítimas à sua privacidade.
“Pretendemos que seja um principio de reflexão entre jornalistas e organizações não governamentais para uma relação de futuro em que cada um desempenhe bem as suas funções, respeitando sempre os limites no respeito pelos direitos dos cidadãos que se encontram em grande fragilidade”, disse Joana Marques Vidal.
Nesta reflexão sobre o modo como a comunicação social divulga estes casos estará também o presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas. Em declarações à Lusa, Orlando César explicou que noticias sobre vítimas são sempre apetecíveis: vendem jornais e têm audiências.
Contudo, adiantou, é necessário que os órgãos de comunicação social que tiveram e têm um papel fundamental na divulgação de fenómenos como a violência doméstica, por exemplo, não ultrapassem os direitos fundamentais da vítima.
Segundo Orlando César, o jornalista tem de ter sempre presente o código deontológico, mas também os princípios da declaração universal dos direitos humanos.