O Deputado do CDS-PP Açores, Luís Silveira, apelou, esta quarta-feira, a que “os investimentos previstos passem dos papéis à realidade” na ilha de São Jorge, porque “já basta de prometer aos Jorgenses e não cumprir”.
Numa intervenção proferida no Parlamento Açoriano, no âmbito da discussão das propostas de Plano e Orçamento e Orientações de Médio Prazo, Luís Silveira destacou o facto de “aparentemente, a reviravolta em termos de resultado eleitoral dar frutos aos Jorgenses”, porquanto a ilha é, pela terceira vez consecutiva, desde o início do milénio, a terceira na lista de ilhas com maior investimento previsto para este ano 2009.
No entanto, o repto é reforçado: “Têm sido muitos os investimentos prometidos, anunciados, re-anunciados e re-prometidos em sucessivos Planos e em sucessivas acções públicas, os quais continuam, até hoje, por avançar. Promessas vãs e demagogia são coisas simples de fazer”.
Aliás, prosseguiu o parlamentar centrista, “o Sr. Deputado Rogério Veiros (PS), nesta Casa, em 19 de Fevereiro 2008, fazendo um balanço da Legislatura, afirmava que se tinham reforçado as condições de apoio à lavoura, sala de desmancha e parque de exposições de gado, de São Jorge” e que “todos estes objectivos foram concretizados ou estão em face final de concretização. Já não são promessas, mas uma realidade…”
No entanto, o CDS-PP não vê estas obras feitas: “Onde está a sala de desmancha? Só se for no Outdoor que foi colocado na véspera das Eleições Regionais, do lado de fora do Matadouro de São Jorge – e que, por sinal, foi retirado após a vitória eleitoral. Quanto ao Parque de Exposições de gado, apenas o vemos no manifesto eleitoral do Partido Socialista”.
O Deputado democrata-cristão frisou ainda que “os Jorgenses, e o CDS-PP, gostariam também de ver esclarecido pelos Senhores Deputados do Partido Socialista, que se fartam de anunciar que o prometido é cumprido em tempo útil, porque não está ainda pronta a nova sede do Clube Naval das Velas, sendo que a mesma vem sendo anunciada desde há muito, nos diversos Comunicados de Governo?”
E, acrescentou, “as obras de grande reparação das Escolas Básicas das Velas e Calheta, que vem sendo, ano após ano, mencionadas nos diversos Planos, bem como nos Comunicados do Governo, e que até hoje não se iniciaram, tendo inclusivamente o Governo remetido a concretização do início da Escola das Velas para o final deste ano e a da Calheta para 2010?”
Porto Comercial
Por outro lado, os populares criticaram também os atrasos sucessivos no arranque de uma obra que consideram “fundamental para o desenvolvimento da ilha” – a ampliação do Porto Comercial de São Jorge.
“Não podemos deixar de manifestar o nosso desagrado pela atitude do Partido Socialista que, no ano 2000, criou a expectativa da ampliação do Porto Comercial de São Jorge na vigência do novo quadro comunitário, que está neste momento em execução. Na última campanha renovaram essa legítima expectativa ao incluir no manifesto eleitoral a ampliação do Porto Comercial de São Jorge, desta vez, sem referência a qualquer condicionalismo. No entanto, poucos meses após a campanha eleitoral, o Senhor Presidente do Governo manifestou que a referida obra poderá ser desenvolvida, na eventualidade iniciada, ainda nesta Legislatura”.
Por isso, Luís Silveira lamenta que, “uma vez mais, o Governo e o PS não mantenham a sua palavra, quebrando a lealdade devida aos Jorgenses, tendo em conta que apenas vemos no Plano para 2009 a elaboração do Projecto, estando ausente a realização da obra nas Orientações a Médio Prazo 2009-2012”.
Por fim, no que diz respeito a transportes marítimos, o parlamentar jorgense salientou que “recebemos bem a notícia que se vão iniciar procedimentos para assegurar o serviço público de transporte marítimo de passageiros no Triângulo, durante todo o ano. Aguardamos, no entanto, para que este não seja apenas mais um anúncio, até porque, recordo, já em 2006 tal garantia foi dada aos Jorgenses e até hoje não foi concretizada”.
Em síntese, o CDS-PP espera “mais realismo no volume de promessas e mais execução no volume de investimentos. Esperamos que os Jorgenses possam daqui para o futuro afirmar com convicção: Que bom é ser Açoriano, em São Jorge”.