“As medidas apresentadas pelo ministro da Agricultura, como os 20 milhões de euros para o sector leiteiro a nível nacional, são manifestamente insuficientes e não defendem as especificidades regionais”, afirmou.
Jorge Rita, que discursava na abertura do VIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, defendeu que os apoios para a região dos Açores “devem ser discriminados positivamente face ao continente, em função dos impactos que o sector do leite e dos lacticínios tem na economia regional”.
O presidente da associação frisou que a decisão da União Europeia de abolir as quotas leiteiras em 2015 “foi negativa para os Açores”, mas admitiu que ainda “existe margem de manobra para a Comissão Europeia ponderar a decisão”.
“Esperamos do governo da República, do governo regional, dos partidos políticos e deputados ao parlamento europeu uma defesa intransigente dos interesses dos Açores”, afirmou.
Ainda sobre questões relacionadas com o leite, Jorge Rita manifestou a preocupação dos produtores relativamente aos preços deste produto.
“Não é justo nem legítimo que todas as indústrias continuem a apresentar resultados extraordinários nas suas contas anuais, ao mesmo tempo que os produtores diminuem o seu rendimento e os consumidores não retiram qualquer proveito desta situação”, alertou.
Na sua intervenção, Jorge Rita abordou também o problema da falta de água, que tem vindo a preocupar os produtores em algumas ilhas do arquipélago, especialmente na ilha Terceira.
“Não é aceitável que, numa região onde a pluviosidade tem valores consideráveis, os agricultores e mesmo as populações estejam deficitários deste bem”, afirmou, acrescento ser “urgente aproveitar as nascentes existentes, seja pela construção de bacias de retenção ou outra forma que se entenda viável”.
O concurso que hoje começou na Feira de Santana, concelho da Ribeira Grande, conta com 243 animais, provenientes de 80 explorações agro-pecuárias da ilha de S. Miguel.
Apesar das boas condições existentes no recinto, Jorge Rita recordou ao presidente do Governo Regional, que inaugurou a feira, a necessidade de ser construído um pavilhão multiusos.
Lusa