A proposta social-democrata foi apresentada no parlamento açoriano a 21 de Abril de 2010, mas só agora subiu a plenário, depois de um longo período de discussão em sede de comissão parlamentar.
Clélio Menezes, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, defendeu que “é essencial assegurar, inequivocamente, um serviço público de rádio e televisão” nos Açores “garantido pelo Estado”, no sentido de pôr fim a “preconceitos centralistas que teimam em perdurar nalguns gestores e políticos da República”.
Por seu lado, André Bradford, secretário regional da Presidência, salientou que o governo açoriano concorda com a proposta social-democrata, mas lembrou que o PSD, a nível nacional, “defende a privatização da RTP”, ou seja, o contrário do que defende nos Açores.
“Afinal, o PSD abandonou essa proposta do seu ideário político? Os senhores são a favor ou contra a privatização da RTP?”, questionou André Bradford perante o plenário do parlamento regional.
Esta contradição entre o PSD regional e nacional foi também denunciada por Zuraida Soares, do BE, para quem a postura do PSD nos Açores revela uma “hipocrisia” em relação ao que defendem os seus “colegas” do continente.
Na sequência destas críticas, Clélio Menezes não escondeu que a proposta apresentada no parlamento açoriano e hoje aprovada também tinha como destinatários alguns dirigentes do seu partido.
“Esta proposta é de confronto a todos aqueles que queiram pôr em causa a autonomia, sejam eles de que partido fôr, porque para o PSD/Açores, acima de qualquer interesse partidário, de qualquer orientação ou tutela partidária, estão sempre os interesses dos Açores”, afirmou.
A proposta do PSD foi aprovada com os votos favoráveis de todos os partidos com assento parlamentar, excepto o PPM.
Paulo Estêvão, único deputado regional do PPM, defendeu que o governo açoriano também deve ter uma parte de responsabilidade no financiamento da RTP/Açores, em vez de exigir apenas responsabilidades a Lisboa.