Foi esta quinta-feira, aprovado no parlamento açoriano um protesto contra “a imposição política, por parte do Governo da República e do Presidente da República, em manter voos para a Região no auge da pandemia de covid-19, colocando assim em risco a população açoriana”, apresentado pelo Partido Popular Monárquico.
O voto foi viabilizado pelo Partido Socialista que se associou a este protesto, reconhecendo “diferença” de opiniões com a República nesta matéria, mas ressalvando, o deputado José San-Bento que “não podemos deixar que uma exceção possa afetar a regra. E a regra é de um bom relacionamento e de governos da República do PS que apoiam sempre os Açores”, disse, reforçando que “os governos centrais que melhor servem as regiões autónomas são os socialistas”.
Mas para Paulo Estevão, deputado do PPM, “este ato tornou evidente que o Estado central – para além de todos os discursos e sorrisos de circunstância – não confia nos regimes autonómicos e na sua lealdade ao país. Pesados todos os interesses em jogo, o Estado optou por impor a realização de ligações aéreas que representavam um alto risco de propagação do contágio para o território açoriano em detrimento da ideia que é possível às regiões autónomas cortar, mesmo que provisoriamente e por razões estritamente sanitárias, o cordão umbilical com o resto do território”.
O deputado saudou no entanto, todos os partidos que votam favoravelmente este voto, porque “demonstraram patriotismo autonómico e que estão na defesa dos Açores, e isso é que me interessa considerar”.